Bienal do Livro vira noite de louvor religioso com autor de ‘Café com Deus Pai’
Encontro com pastor Junior Rostirola vira maior consagração até aqui do devocional no evento literário
- Data: 13/09/2024 10:09
- Alterado: 13/09/2024 10:09
- Autor: Redação
- Fonte: Isadora Laviola/Folhapress
O pastor Junior Rostirola, autor do best-seller 'Café com Deus Pai'
Crédito:Divulgação
E mais uma vez o cristianismo foi tema no palco principal da Bienal do Livro de São Paulo. Nesta quinta, foi a vez do autor do livro mais vendido no Brasil no último ano conversar com o público da Arena Cultural.
O “Café com Deus Pai”, devocional do pastor Junior Rostirola, ocupa um dos maiores e mais cheios estandes do evento e é publicado pela Vélos. O autor está presente todos os dias por lá para autógrafos e servir café aos leitores.
Na mesa da noite de quinta, Rostirola se sentou ao lado do cantor Gabriel Brito e de Juliana, uma leitora que foi convidada para participar da conversa depois que deu seu testemunho ao pastor no seu estande.
Juliana afirmou que sofria problemas de saúde e ouvia de médicos que nunca mais iria andar. Até que, segundo ela, abriu o “Café com Deus Pai” e encontrou uma palavra sobre não desistir. Hoje ela conta estar recuperada e é grata ao livro de Rostirola pela cura. “O devocional é transformador, dá força, traz esperança.”
A conversa foi uma coleção de testemunhos. Rostirola também contou sua história de vida, com a voz embargada, e lembrou as agressões que sofreu do pai e de colegas da escola que o levaram à depressão. Enquanto o pastor se emocionava no palco, lágrimas e lenços eram vistos nos olhos da plateia.
“Foi nessa época que eu recebi um convite de uma vizinha para ir à igreja, e foi um divisor de águas na minha vida”, contou o pastor, seguindo a deixa, o pianista Rodrigo Valentim cantou o louvor “Casa de Deus” no evento literário – foi a música que Rostirola ouviu quando entrou na igreja pela primeira vez.
Do palco, Valentim tocou teclado acompanhando o tom da mesa à medida que variava entre triste e esperançoso. O encontro foi a principal consagração dos livros devocionais na Bienal até aqui.
Ao mesmo tempo, em outro espaço da Bienal, o medievalista italiano Emanuele Arioli relatava à mediadora Tatiany Leite e a uma plateia menor o seu processo de descoberta de um texto perdido há 700 anos.
Arioli encontrou a primeira parte da história de “Segurant, o Cavaleiro do Dragão” em um manuscrito francês e passou anos buscando os outros pedaços da narrativa.
O italiano falou em português – é tão fluente no idioma que chegou a traduzir a versão brasileira de seu próprio livro – sobre sua pesquisa e seu dia a dia como medievalista.
“Os dias são longos e as noites são curtas”, contou Arioli, se desculpando algumas vezes com a plateia por se mostrar cansado com o fuso horário. “Nem tenho tempo de pensar, só continuo escrevendo.”
A partir de sua pesquisa, Arioli produziu três livros. Uma versão completa da história, uma obra em quadrinhos e um infantojuvenil que conta como o pesquisador encontrou o manuscrito. Ele disse que a graphic novel foi feita como uma tentativa de resolver os mistérios que não conseguiu desvendar, completando as partes em aberto.
Arioli afirmou que a narrativa tem ressonância com a atualidade. “Nós precisamos de magia, e essa história traz encanto para o mundo.”.