Banco Central da Argentina realiza operação de US$ 1 bi para aumentar reservas

Estratégia promete estabilizar a economia e atrair investidores.

  • Data: 04/01/2025 15:01
  • Alterado: 04/01/2025 15:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Banco Central da Argentina realiza operação de US$ 1 bi para aumentar reservas

Crédito:Martín Zabala/ Xinhua

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Na última sexta-feira, o Banco Central da Argentina divulgou a realização de uma operação de recompra no valor de US$ 1 bilhão com a participação de cinco instituições financeiras internacionais, com o objetivo de fortalecer as reservas internacionais do país.

Segundo informações oficiais, essa operação de recompra passiva, conhecida na terminologia financeira como “repo” (abreviação do inglês para repurchase agreement), possui um prazo de vencimento que se estende por dois anos e quatro meses. Em analogia ao que ocorre no Brasil, essa operação é equiparada às operações compromissadas, onde os credores oferecem dinheiro em troca de títulos de renda fixa, comprometendo-se a recomprá-los posteriormente a um valor superior.

A taxa a ser paga pela recompra será baseada na taxa de referência aplicada em empréstimos garantidos por ativos denominados em dólar (SOFR), acrescida de um spread fixado em 4,75%. Dessa forma, o custo total da operação será limitado a uma taxa anual fixa de 8,8%.

O Banco Central argentino avalia essa recompra como uma estratégia para otimizar sua liquidez em moeda estrangeira, proporcionando um custo mais acessível em comparação com outras opções disponíveis no mercado financeiro.

Com essa medida, espera-se que a instituição bancária ganhe maior flexibilidade para equilibrar a oferta e demanda por divisas no mercado local, além de mitigar os riscos associados à implementação de uma política cambial mais arrojada, visando estabilizar as expectativas econômicas.

Embora não tenham sido revelados os nomes das instituições participantes da transação, fontes consultadas pela Bloomberg indicaram que entre os bancos envolvidos estão Citigroup, JPMorgan Chase & Co., Banco Bilbao Vizcaya Argentaria AS, Santander e o Banco Industrial e Comercial da China. Até o momento, nenhuma dessas entidades se manifestou sobre o assunto.

De acordo com a autoridade monetária argentina, os esforços para incrementar a liquidez das reservas contribuíram significativamente para a normalização dos pagamentos nas operações comerciais internacionais ao longo do ano passado.

Além disso, o Banco Central destaca que essa reestruturação da liquidez representa uma forma eficaz de eliminar restrições cambiais e regulações implementadas em anos anteriores, evitando assim impactos financeiros ou econômicos adversos no país.

A instituição também ressaltou que a melhoria nas reservas líquidas tem permitido evitar descontinuidades na cadeia produtiva e atenuar os efeitos negativos sobre os preços internos. Diferente do que ocorreu em crises anteriores, essa recuperação das reservas possibilitou ao setor público e privado honrar todas as obrigações financeiras em moeda estrangeira, tanto aquelas programadas quanto as relativas a inadimplências acumuladas anteriormente.

Adicionalmente, no último leilão realizado no dia 27, o Banco Central recebeu ofertas que totalizavam US$ 2,8 bilhões — quase três vezes o montante inicialmente licitado. Diante do excesso de demanda e considerando a “evolução favorável” das reservas internacionais, decidiu-se não aceitar um valor superior ao previamente estipulado.

A manifestação do Banco Central enfatizou que o expressivo interesse demonstrado pelos principais bancos internacionais é um indicativo positivo do processo de normalização no acesso aos mercados internacionais de crédito e está alinhado à redução do risco país associada a um ordenamento macroeconômico consistente e sustentável.

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  • Data: 04/01/2025 03:01
  • Alterado:04/01/2025 15:01
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  • Fonte: Folhapress









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