Balé da Cidade de São Paulo apresenta Inacabada e O Balcão do Amor
As coreografias para as obras de Schubert e Perez Prado ganham oito récitas em junho, com execução ao vivo da Orquestra Sinfônica Municipal
- Data: 29/05/2023 16:05
- Alterado: 29/05/2023 16:05
- Autor: Redação
- Fonte: Theatro Municipal
Balé da Cidade de São Paulo
Crédito:Rafael Salvador/Divulgação
Após estrear a temporada com uma dupla de coreografias, Fôlego e Motriz, o Balé da Cidade de São Paulo retorna ao palco do Municipal com Inacabada, do coreógrafo britânico Ihsan Rustem, com música de Franz Schubert, e O Balcão do Amor, do coreógrafo israelense Itzik Galili, com trilha do cubano Perez Prado. A primeira, dança a música do compositor austríaco executada pela primeira vez 30 anos após sua morte, em 1828. Já a segunda, nasceu de uma viagem para Cuba realizada por Galili, que resultou em uma peça enérgica. Com estreia no dia 2/6 (sexta-feira), as apresentação vão até 10/6 (sábado) e terão a Orquestra Sinfônica Municipal, regida por Alessandro Sangiorgi, executando as músicas ao vivo. A duração total aproximada é de 70 minutos (com intervalo) e os ingressos vão de R$ 12 a R$ 84 (inteira).
Com o título de Inacabada, a obra é resultado da reunião de manuscritos dos dois primeiros andamentos da sinfonia composta por Franz Schubert, quando tinha apenas 25 anos. Misteriosa e indefinida, ela aparece materialmente na criação de Ihsan Rustem, que transformou o som em movimentos dos bailarinos, em um obra carregada de uma intensidade das experiências íntimas do compositor. A partitura ainda seguiu oculta por três décadas após a morte do gênio do romantismo. Tornou-se, então, sua 8ª Sinfonia.
Pequenos recortes da vida se sucedem no palco, cacos de histórias percebidos lentamente na jornada dividida em dois momentos. No figurino, a inspiração em trajes do final do século XIX se revela, mas nunca se completa: há só a parte de baixo ou a de cima de um traje. Nos duos (homem-homem, homem-mulher, mulher-mulher) outra referência à vida do compositor.
“Em 1822, Schubert começou a escrever a Sinfonia em si menor, destinada a ser inacabada mais por questões práticas, por ele ter pensado que não teria reais condições de que ela viesse a ser executada; ‘Quem poderia fazer mais depois de Beethoven?’, ele disse. Creio que com a Inacabada o ouvinte não possa imaginar qual prosseguimento o gênio poderia ter dado a essa sinfonia, mas, com certeza, o ‘inacabamento’ reforça aquele sentimento de pergunta sem resposta e de meditação serena mas irreparavelmente pessimista, que a coloca entre os documentos mais autênticos e elevados da arte do compositor”, explica Alessandro Sangiorgi, maestro que fará a regência do concerto.
Em 2011, o coreógrafo israelense Itzik Galili viajou para Cuba e regiões do Caribe, onde se inspirou na sonoridade do mambo para criar uma peça dinâmica, impregnada de toques humorísticos, descontraída, sensual e repleta de uma bela loucura. Reconhecido por construir mais de 60 trabalhos com companhias do mundo todo, como Les Ballets de Monte Carlo e Batsheva Dance Company, O Balcão do Amor teve sua estreia mundial com o Balé da Cidade de São Paulo, em maio de 2014. A coreografia teve como ponto inicial o dueto final, que foi criado para uma companhia em Stuttgart, na Alemanha.
A música de Perez Prado, considerado o Rei do Mambo, é carregada de leveza e um profundo sentimento de alegre simplicidade. O estilo musical e coreográfico conhecido como mambo nasceu em Cuba, fruto de uma fusão de várias sonoridades musicais. Ele recebeu forte influência das cadências afro-cubanas procedentes das cerimônias religiosas típicas do Congo. O que de certa maneira a torna atemporal, principalmente quando vemos novas gerações de latinoamericanos se relacionarem com seu eterno jogo de sensualidade e alegria.
“Evidentemente música caribenha e dança são um conúbio indissolúvel. Perez com sua trajetória, que o fez chamar de Rei do Mambo, traz todos os elementos rítmicos e melódicos da música cubana, que não deixa os espectadores ficarem quietos na cadeira, dando vontade de sair dançando. Com a versatilidade do Balé da Cidade isso irá gerar uma espetáculo contagiante!”, finaliza o maestro.
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