Aumento do diesel preocupa ministro da Agricultura sobre impacto nos alimentos
Carlos Fávaro destacou que o aumento do diesel pode afetar a inflação alimentar, mas acredita que a queda do dólar pode minimizar os impactos.
- Data: 04/02/2025 18:02
- Alterado: 04/02/2025 18:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Cris Komesu
Nesta terça-feira (4), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou preocupações em relação ao impacto que o recente aumento de 6% no preço do diesel, implementado pela Petrobras, pode ter sobre os custos dos alimentos no Brasil.
Fávaro destacou que a elevação no preço do combustível é um fator crítico que afeta diretamente a economia do país. “O diesel impacta no custo do Brasil, né? Sempre o preço de combustível é importante”, afirmou.
Considerando que o diesel é amplamente utilizado por caminhões, maquinários agrícolas e usinas de produção, o aumento pode refletir nos preços finais dos produtos disponíveis nas prateleiras dos supermercados brasileiros. Contudo, o governo federal acredita que esse impacto poderá ser atenuado se a moeda americana continuar sua trajetória de queda.
“Nos últimos dias, o dólar já chegou a ficar próximo de R$ 5,80. Isso também influenciará nos preços dos alimentos. É essencial monitorar qualquer item da cesta básica que possa apresentar redução na oferta e, assim, precisamos incentivar a produção”, acrescentou Fávaro.
Embora tenha discutido as implicações do aumento do diesel, o ministro não forneceu detalhes sobre possíveis medidas governamentais destinadas a conter a inflação alimentar, um tema sensível que preocupa a administração atual em virtude de seu potencial para afetar a popularidade do presidente.
Um estudo realizado pelo economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA, indica que a inflação dos alimentos está superando os ganhos de renda da população, criando um cenário desafiador para o governo.
Além das questões internas, Fávaro comentou sobre a recente escalada nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Ele mencionou que as decisões dos EUA de taxar importações podem abrir novas oportunidades para o Brasil. “À medida que restringem o mercado a outros países, isso pode ser uma grande oportunidade para nós. Ninguém é mais competitivo que a produção brasileira”, afirmou o ministro.
A tarifa adicional de 10% imposta pelo presidente Donald Trump sobre todas as importações chinesas entrou em vigor nesta terça. Em resposta, Pequim anunciou tarifas sobre produtos norte-americanos, incluindo taxas de 15% para carvão e gás natural liquefeito e 10% para petróleo bruto e equipamentos agrícolas.
Além disso, o Ministério das Finanças da China declarou que iniciará uma investigação antimonopólio sobre o Google e incluiu empresas como a PVH Corp e a Illumina na lista de potenciais sanções comerciais.