Aumento de casos de sífilis intensifica prevenção da doença em grávidas
De acordo com dados do DataSUS, em Diadema, os casos de sífilis em grávidas passaram de 130, em 2017, para 142, em 2018
- Data: 10/06/2019 16:06
- Alterado: 10/06/2019 16:06
- Autor: Renata Nascimento
- Fonte: PMD
Crédito:Pixabay
O diagnóstico durante o pré-natal e o tratamento correto da sífilis em gestantes e em seu parceiro sexual são decisivos para prevenir a transmissão vertical, quando a doença passa da mãe para o feto no útero ou o recém-nascido no parto. Assim, quando são adotadas as ações específicas para a cura após a descoberta da doença na gravidez, é possível evitar que a criança nasça com a enfermidade ou suas sequelas. De acordo com dados do DataSUS, em Diadema, os casos de sífilis em grávidas passaram de 130, em 2017, para 142, em 2018. Já a sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o bebê durante a gestação, no mesmo período, passou de 27 para 31 casos. O aumento dos casos segue uma tendência nacional.
O registro de casos de sífilis passou a ser obrigatório apenas a partir de 2010. Com a notificação compulsória, foi possível verificar quantas e quais pessoas adquirem a enfermidade. “A partir de 2016, o Ministério da Saúde intensificou a divulgação e a pactuação de metas para a diminuição dos casos. Além disso, é seguido protocolo de investigação de todos os casos de sífilis congênita, para identificar possíveis causas envolvidas no processo de transmissão vertical da sífilis”, explica a diretora do Departamento de Vigilância à Saúde, Andréia de Conto Garbin.
Em 2017, Diadema criou o Comitê Municipal de Investigação de Transmissão Vertical de HIV, sífilis e hepatites virais. De lá pra cá, foi possível melhorar o fluxo de diagnóstico, tratamento e notificações, criar novo protocolo de atendimento e realizar capacitações para profissionais da rede. Atualmente, o município realiza o teste rápido para sífilis no pré-natal e o exame convencional em cada trimestre da gestação.
A DOENÇA
De 2009 a 2018, o número de abortos e crianças que nasceram sem vida, em conseqüência da sífilis, chegou a 47. Quando o bebê tem contato com a doença, poderá ter sequelas como surdez, além de problemas na pele e ossos, no sistema respiratório e no desenvolvimento.
POPULAÇÃO EM GERAL
No ano passado, 409 pessoas receberam o diagnóstico da doença em Diadema. Os dados acompanham o aumento dos casos no país, que também saltaram de 21.188 casos de sífilis congênita, em 2016, para 24.668, em 2017. No mundo, estima-se 12 milhões de casos novos a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A DOENÇA
Sintomas como febre, dores musculares e de garganta, vermelhidão da pele poderiam passar despercebidos, mas uma ferida indolor na região da genitália, reto ou boca indicam um problema de saúde maior. A sífilis, se não tratada, evolui em três fases. A primeira apenas com uma ferida (cancro duro) que aparece e some em quatro semanas sem nenhum tratamento. A segunda etapa da doença aparece de quatro a seis semanas depois da primeira fase, como uma irritação de pele, que também some sem medicamento. A terceira ocorre de três a 12 anos ou mais tarde e pode resultar em danos para cérebro, nervos, olhos e coração.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
A transmissão se dá por relação sexual sem proteção com uma pessoa infectada ou, de mãe para filho, durante a gestação ou parto. Por isso, o uso de preservativos e o acompanhamento das gestantes e seus parceiros sexuais contribuem para o controle e prevenção da doença. As 20 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade disponibilizam preservativos masculinos e femininos e para buscar não é preciso passar em acolhimento ou consulta. Já para fazer os testes rápidos para detecção da doença em 30 minutos, o morador passa pelo acolhimento com um profissional de saúde.
O diagnóstico e o tratamento para a doença também são realizados gratuitamente em todas as UBSs.