Aumentam casos de resfriados por enterovírus e rinovírus no estado de SP
Ralcyon Teixeira, infectologista do Sirio-Libanês, explica que os enterovírus podem causar diversas doenças
- Data: 07/10/2024 10:10
- Alterado: 07/10/2024 10:10
- Autor: Redação
- Fonte: JULIANA MATIAS - FOLHAPRESS
Plano de Saúde
Crédito:Marcello Casal Jr - Agência Brasil
O estado de São Paulo registrou um aumento nos casos de resfriados por enterovírus e rinovírus, entre junho e agosto de 2024, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, em junho deste ano foram registrados 243 casos de enterovírus. No mesmo período, em 2023, o número foi de 31 casos.
Em julho e agosto de 2024, foram 37 e 137 casos, respectivamente. Em 2023, eram 31 casos em julho e 110 em agosto. No Hospital Sírio-Libanês também ocorreu um aumento no registro de casos de enterovírus e rinovírus de 2023 para 2024.
Em junho de 2023, foram 84 casos, contra 405 em junho deste ano. Em julho e agosto de 2024, o hospital registrou 188 e 275 casos, respectivamente. Em 2023, eram 64 casos em julho e 58 em agosto.
Maura Salaroli de Oliveira, infectologista do Sírio-Libanês, ressalta que, no hospital, o aumento de casos pode estar relacionado com uma maior demanda para que fosse realizado testes de enterovírus e rinovírus.
Ralcyon Teixeira, infectologista do Sirio-Libanês, explica que os enterovírus podem causar diversas doenças, como resfriados, quadros de diarreia, meningite viral, febre com exantema (erupção na pele), encefalite, miocardite, entre outros. O infectologista relembra que, os casos registrados pelo Sírio, são de pacientes com sintomas respiratórios, “é de um exame que a gente faz no nariz, não vai ter nos dados as outras doenças”.
Já os rinovírus são os vírus que causam o resfriado, segundo Teixeira. As doenças respiratórias causados pelos dois tipos de vírus podem evoluir para pneumonias, porém isso é menos comum do que aquelas geradas pelo vírus da Influenza e Covid, informa o infectologista.
Os enterovírus e rinovírus são transmitidos por gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar, da mesma forma que o vírus de Covid , explica Teixeira. O infectologista acrescenta que, em períodos de frio, há um aumento na transmissão “já que o ambiente fica fechado e as pessoas ficam próximas umas das outras”.
Os mais vulneráveis aos dois vírus são idosos, crianças e pessoas com comorbidades. Segundo o infectologista, não existem vacinas que evitem os resfriados causados por enterovírus e rinovírus.
“Às vezes, as pessoas tomam a vacina para gripe, que serve só para Influenza, e acham que ficarão imunes para tudo. E aí, quando acontecem os resfriados, acham que a vacina não funcionou. Mas tem muitos vírus respiratórios circulando e tem alguns que não existem vacinas“, ressalta Teixeira.
A circulação de diferentes vírus respiratórios pode fazer com que pessoas com sintomas como febre e tosse fiquem confusas sobre qual doença realmente é aquela que as afeta.
As hospitalizações por gripe no estado de São Paulo também aumentaram de 2023 para 2024. De junho a 10 de setembro deste ano, houve 435 hospitalizações. A maior parte ocorreu em junho (177). Julho, agosto e setembro (até o dia 10) contabilizaram 141, 99 e 18, respectivamente. No mesmo período do ano passado, foram 236 notificações. As hospitalizações cresceram 109,7%, na comparação de 2024 com 2023.