Artista Juliana Notari lança livro sobre processos de criação e metodologia da Marionete
Selecionado pelo Rumos Itaú Cultural, o livro faz parte de projeto que comemora os 20 anos de intensa dedicação à pesquisa, experimentação, criação, práticas e desenvolvimento
- Data: 29/06/2022 14:06
- Alterado: 17/08/2023 01:08
- Autor: Redação
- Fonte: Rumos Itaú Cultural
Pedagogia da Marionete Livre: Festa e Manifesto - Juliana Notari
Crédito:Divulgação
No dia 4 de julho, às 19h30, a marionetista, diretora, dramaturga e pedagoga cênica Juliana Notari lança o livro Pedagogia da Marionete Livre: Festa e Manifesto, no Espaço Sobrevento. A artista abre o evento com a apresentação de sua obra Habitada, na qual revela suas duplicidades, as outras Julianas que a habitam, que a suportam e comportam. Ela detectou o desejo de se abrir ao meio e se multiplicar em infinitas possibilidades do olhar, do ser, quando no cotidiano te encaixam, encaixotam e encaminham. Em seguida, promove bate-papo sobre o livro e faz sessão de autógrafos.
O volume integra o projeto 20 anos de Marionete Livre, em comemoração ao trabalho da artista nesta área, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020 e que também contou com o curta-metragem Coágulo. Nele, produziu a marionete chamada Coagulador, representando as forças opressoras do sistema e modelada a partir de calcinhas de algodão usadas.
Pedagogia da Marionete Livre: Festa e Manifesto
Neste livro, a artista compartilha seus processos de criação e metodologia aberta e livre de uma pedagogia construída a partir da vivência, experimentação e observação do mundo. Dividido em nove capítulos, Pedagogia da Marionete Livre: Festa e Manifesto passa pelas memórias da infância, pela poética do cotidiano, transgressão da matéria, construção sensível de marionetes, exercícios e práticas de animação e pelos diversos diálogos que a marionete realiza com a situação sociopolítica atual.
A autora faz questão de exaltar a importância da arte das marionetes que, dentro do sistema, muitas vezes é marginalizada e excluída. A obra relata os cursos e oficinas ministrados por Juliana no Brasil e em diversos países, como Argentina, Colômbia, Chile e Espanha.
Marionetes
A artista encontrou nas marionetes a forma ideal de se expressar e se comunicar com o mundo. “Como se trata de uma arte muito generosa e aberta, ela pode dialogar com diversas tecnologias e com qualquer outra linguagem artística”, afirma ela.
As técnicas e os materiais escolhidos para a criação de cada marionete variam de acordo com o objetivo da obra marionetesca. A artista já criou marionetes com cascas de árvore, folhas, palha, cascas de alimentos e até com um vestido de noiva. A arte da marionete não tem restrição de público.
“Desde criança temos essa conexão com os objetos e esse poder de transformá-los. A marionete tem uma liberdade de movimentos e ações, de transitar entre mundos e de, ao mesmo tempo, olhar profundamente, que fisga os adultos”, afirma.
Sobre Juliana Notari
Começou sua carreira em 2000, já dedicada à pesquisa e criação de espetáculos e oficinas de teatro de animação ao lado da artista Maria Zuquim, com quem trabalha até hoje. Desde então trabalhou e colaborou com músicos, compositores e multiartistas para abrir novos caminhos para a marionete contemporânea.
Nas últimas duas décadas, apresentou obras para públicos de todas as idades, criou e dirigiu festivais de marionetes, desenvolveu uma pedagogia própria, investigou diferentes processos de criação e materiais para suas marionetes, fez turnês internacionais em mais de 15 países. É criadora da Marionete Livre, movimento nômade defendido por meio de suas obras marionetescas e seus processos pedagógicos de trocas de saberes pelo mundo
Em 2008, realizou uma residência como artista pesquisadora pelo Institut International de la Marionnette, em Charleville-Mézières, na França. Continuou suas pesquisas sobre o universo das marionetes dentro do programa de mestrado da Universidade de Strasbourg, onde viveu durante cinco anos. Em 2011, criou o projeto Velhas Caixas, uma série de miniespetáculos sobre a velhice que foi concebida depois que a artista se internou em casas de repouso da França.
De 2015 a 2020, foi gestora do espaço independente Condomínio Cultural, localizado em São Paulo, onde promoveu ações de difusão e fomentos às artes da marionete. Em 2020, realizou a minissérie audiovisual experimental Selva, ao lado da artista e jornalista Laura Corcuera e do editor Yuri de Francco, com apoio do Instituto Goethe. É fundadora da Sociedade Insólita para Marionete Contemporânea ao lado da Cia Mevitevendo.
SERVIÇO:
Rumos Itaú Cultural 2019-2020
Projeto: 20 anos de Marionete Livre
Lançamento do livro Pedagogia da Marionete Livre: Festa e Manifesto
De Juliana Notari
Dia 4 de julho, às 19h30
Local: Espaço Sobrevento
Rua Cel. Albino Bairao, 42, Belenzinho
São Paulo (SP)
Entrada gratuita
Preço do livro: R$ 55