Aprovado projeto que cria sessões acessíveis a autistas nos cinemas

Hiperatividade, hipersensibilidade à luz e ao som estão entre os comportamentos comuns que dificultam a frequência dos autistas nas salas de cinema e que motivaram o projeto

  • Data: 26/04/2019 17:04
  • Alterado: 26/04/2019 17:04
  • Autor: Redação
  • Fonte: assessoria
Aprovado projeto que cria sessões acessíveis a autistas nos cinemas

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Um projeto de lei que beneficia diretamente 2 milhões de brasileiros* foi aprovado no plenário da câmara nesta quarta-feira (24) e segue para o Senado Federal. Aclamado por unanimidade, o PL 9972/18, de autoria do deputado Fábio Trad (PSD/MS), determina que todas as salas de cinema do País reservem um dia por mês com sessões adaptadas às pessoas diagnosticadas com o transtorno do espectro autista (TEA) e seus familiares.

Segundo médicos e demais especialistas, a dificuldade de concentração, a hiperatividade, hipersensibilidade à luz e ao som estão entre os comportamentos comuns que mais dificultam a integração dessas pessoas à sociedade.

De acordo com a proposta legislativa, nas sessões adaptadas não haveria mais publicidades nos filmes, nem as salas ficariam totalmente escuras e com volume de som tão alto, entre outras especificidades que facilitariam a permanência e boa convivência das pessoas autistas e seus familiares nesses espaços.

“Hoje é um dia histórico não só para todas as pessoas com transtorno de espectro autista e seus familiares, mas para o Brasil. Um dia de inclusão cultural e, além disso, do documento nacional”, disse Fábio Trad, celebrando também a aprovação do PL 10119/18, da deputada Rejane Dias (PT-PI), que cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA), no qual o texto do deputado foi adicionado como emenda.

Co-autora da lei que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA (Lei 12.764), sancionada em 2012 (lei que inclusive leva o seu nome) Berenice Piana enviou uma mensagem de agradecimento ao deputado Fábio Trad tão logo tomou conhecimento da aprovação do texto na câmara.

“As pessoas não sabem o que esse projeto significa para nós, mães de autistas como eu, com um filho autista que até os 25 anos não pôde ir ao cinema. E quando vai sofre muito por causa do barulho, da escuridão, ou de não poder se movimentar livremente dentro do cinema por não haver uma sessão adaptada para eles”, salientou Berenice, militante que idealizou a primeira clínica escola do autista do Brasil e considerada a patrona desta causa no País.

“Ter livre acesso ao cinema uma vez por mês, essa conquista vale mais do que um presente de Papai Noel para eles (autistas) no final do ano! O que o senhor tem feito pelos autistas, sabe Deus! E nós reconhecemos porque somos pais e mães de autistas e sabemos melhor do que ninguém dos preconceitos e dificuldades que sofremos para incluir nossos filhos na sociedade. Gerações e gerações vão passar e eles estarão amparados por essa lei. Parabéns por esse trabalho”, disse um pai de autista.

“Meu filho sempre quis, mas nunca pode. Finalmente vou poder levar meu príncipe para assistir o Rei Leão”, disse Tatiely.

“Eu tenho gêmeos autistas, um deles nunca pode frequentar cinemas. Não por mais de 30 minutos. A “sessão azul” (cor do autismo) traz mais que inclusão, traz também o sonho de irmos à rua, aos espaços públicos com adequação necessária e permanência dos filhos e da família nas sessões de cinema”, disse Carolina Spínola, presidente da PRODTEA/MS (Associação de Pais e Responsáveis pelas pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista de Mato Grosso do Sul).

“Cinema adaptado é autista comportado. Finalmente minha família vai poder frequentar os cinemas”, disse Fernanda Basseto, do Paraná, mãe de uma criança com TEA.

Se aprovada a proposição no Senado e no Palácio do Planalto, os cinemas terão 90 dias, a partir da publicação da Lei, para se adaptarem às novas normas.

“Todos ganham com esse projeto, inclusive os cinemas que atrairão uma atrativa e substancial fatia de mercado, composta por mais de 2 milhões de pessoas, além dos seus familiares”, analisou Carolina Spínola.

 *segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU)

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  • Data: 26/04/2019 05:04
  • Alterado:26/04/2019 17:04
  • Autor: Redação
  • Fonte: assessoria









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