Apesar da eliminação, seleção feminina de futebol mostra evolução
A seleção feminina do Brasil foi eliminada nas quartas de final do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Tokyo. A queda da seleção de Marta foi nos pênaltis, contra o Canadá. O desempenho é pior que nas Olimpíadas anteriores, nos quais o Brasil caiu para a Suécia na semifinal, em casa, e terminou em […]
- Data: 06/08/2021 15:08
- Alterado: 06/08/2021 15:08
- Autor: Redação
- Fonte: ABCdoABC
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A seleção feminina do Brasil foi eliminada nas quartas de final do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Tokyo. A queda da seleção de Marta foi nos pênaltis, contra o Canadá. O desempenho é pior que nas Olimpíadas anteriores, nos quais o Brasil caiu para a Suécia na semifinal, em casa, e terminou em quarto lugar.
Ainda assim, o desempenho da seleção no Japão deve ser visto de forma positiva, pois demonstrou que a técnica Pia Sundhage está tendo sucesso em corrigir problemas que afligiam o time nos anos mais recentes. Se a seleção brasileira não aparecia como uma das favoritas para a medalha de ouro em sites de apostas como o Codere, o bom trabalho da treinadora poderá mudar essa realidade no futuro.
Com Marta e Formiga, a seleção havia levado a medalha de prata em Atenas 2004 e Beijing 2008. Essa geração teve, no Japão, a sua despedida de Olimpíadas. Após a derrota para as canadenses, Marta afirmou: “Peço para as pessoas não apontarem o dedo para ninguém, se tiver que apontar para alguém apontem para mim, já estou acostumada”. A heroína do time brasileiro disputou cinco edições de Jogos Olímpicos.
O Brasil havia vencido o Canadá duas vezes recentemente. Nas quartas de final olímpicas, porém, as brasileiras não conseguiram criar boas possibilidades de ataque. Ambas as seleções mostraram uma defesa sólida, o que transparece no resultado de 0 a 0 da partida.
Na disputa de pênaltis, a goleira brasileira, Bárbara, começou defendendo a cobrança da canadense Christine Sinclair. No final, a goleira do Canadá, Stephanie Labbé, defendeu as cobranças de Andressa Alves e Rafaelle, levando a seleção da América do Norte para a semifinal.
A evolução de Pia
Pia está aplicando a dois anos o seu trabalho de desenvolvimento do futebol feminino. Outras grandes seleções estão passando por esse processo a mais tempo, com o objetivo de levar a qualidade das equipes a um outro patamar – com as grandes seleções se desenvolvendo ao mesmo tempo, o futebol feminino como um todo passa por um grande florescimento.
A evolução da seleção sob o comando de Pia pode ser percebida, por exemplo, no aspecto emocional e na qualidade da defesa do time brasileiro. Outro aspecto crucial das reformas de Pia é o físico – a técnica pretende que, nos próximos anos, a seleção chegue a manter a mesma intensidade durante 90 minutos. A meta ainda não foi alcançada, mas a melhoria é visível, já que não houve nenhuma baixa por lesão muscular nestas Olimpíadas.
Também é preciso destacar a ousadia de Pia em deixar de convocar Cristiane, um dos maiores nomes do futebol feminino brasileiro, e escalar uma série de novatas para jogar no Japão – o que denota o esforço pela renovação da equipe.
De qualquer forma, a expectativa era de que o Brasil vencesse o Canadá – e a seleção possui potencial para isso. Após a derrota, algumas decisões de Pia foram questionadas.
A técnica assumiu a responsabilidade com dignidade: “Estou muito triste e peço desculpas por não termos conquistado a vaga nas semifinais. Tenho que voltar e fazer melhor meu dever de casa para que a gente se saia melhor da próxima vez. Acho que o jogo foi emocionante, nós jogamos bem, mas talvez pudéssemos imprimir um ritmo mais veloz. No fim das contas, o Canadá dificultou muito as coisas para nós”.
Após a derrota, Pia insistiu na necessidade de melhorar os aspectos físico e emocional, que, segundo ela, “compõem a força de um time”. A técnica também apontou o último terço do campo como a principal fraqueza do Brasil e disse que é preciso utilizar jogadoras capazes de abrir caminhos por ali.
“Atualmente, nós temos essas jogadoras no Brasil, mas elas não são tão boas defensivamente e não conseguem jogar 90 minutos nesse nível que o futebol internacional exige. Mas nós temos essas jogadoras, então o meu trabalho é incentivá-las a melhorar o condicionamento físico e a organização, já que o jogo exige atacar e defender juntas”, disse Pia.
A técnica tem contrato até 2024, o que inclui a Copa do Mundo de 2023 e os Jogos Olímpicos de Paris. Se ela mantiver o progresso, o Brasil deve chegar à capital francesa com capacidade de fazer frente às maiores potências do futebol feminino.