Antônio Abujamra recebe no Provocações o apresentador Serginho Groisman.

Famoso na década de 1990 pelo bordão “Fala Garoto”, ele iniciou sua carreira televisiva na TV Cultura, com passagem posterior pelo SBT e, atualmente, está nas madrugadas da Rede Globo.

Serginho, que sempre falou para o público adolescente, tratando dos assuntos de interesse comuns a eles, defende que a informação é a melhor arma no combate ao uso de drogas.

E vai além: “Houve uma época que eu tinha uma ideia meio maluca, que era fazer com que o Estado abraçasse a causa dos dependentes, e que não fizesse só a propaganda contra as drogas, mas também uma orientação específica […] o Estado tem muito medo que as pessoas possam se viciar, mas esquece daqueles que já estão no vício”.

Sua saída da TV Cultura, onde apresentava o programa Matéria-Prima, se deu por conta de uma ligação que recebeu do próprio Silvio Santos: “Eu não tinha dúvidas que era só matar a minha curiosidade e voltar pra cá […], mas aos poucos ele foi me convencendo que era interessante eu poder falar para um público maior”.

Com oito anos de SBT, Serginho opta por um novo desafio nas madrugadas da Rede Globo, onde está até hoje. Comenta: “Eu trabalho na madrugada, não sou aquele do horário nobre, sou aquele da experiência, do experimento. Eu procuro a independência, os princípios, aqueles que sejam possíveis de serem colocados na TV”. E ainda: “Quanto mais tarde o programa vai ao ar, menos pessoas podem ver, a perversidade [do horário] está nisso. Fora isso, existe a benevolência da madrugada, que é o experimento, levar pessoas que não necessariamente fazem sucesso imediato, abrir espaço para música instrumental, debates, políticos, para a molecada principalmente”.

Homem de televisão, Serginho é crítico em relação a ela: “Eu acho que o Brasil é o país que mais vê televisão, e o país em que menos se deveria ver televisão. Eu acho que a televisão dá informação, entretenimento, mas existe uma superficialidade necessária e fundamental a ela. Então, não pode se ver só televisão, é necessário ver televisão, ir ao cinema, ir ao teatro, literatura” e ainda: “É evidente que também a televisão é um entretenimento barato à população que não tem dinheiro e compra aquele aparelho: tem na TV aberta a sua diversão”. Finaliza ainda falando sobre os rumos do conteúdo da TV brasileira: “Eu vejo um caminho, mas só se o povo tiver uma educação melhor e souber dizer não, e o não está na mão, no controle remoto”.

Ainda no programa, Abujamra lê Henry Miller.
Classificação indicativa: 14 anos.