AME Heliópolis amplia cirurgias após queda na demanda do Hospital de Campanha
Perspectiva é dobrar a realização de procedimentos cirúrgicos; número de pacientes internados diariamente caiu 80% em comparação ao pico de ocupação da unidade entre junho e julho
- Data: 31/08/2020 14:08
- Alterado: 31/08/2020 14:08
- Autor: Redação
- Fonte: Governo do Estado de São Paulo
Secretário da Saúde
Crédito:Governo do Estado de São Paulo
O Governador João Doria anunciou nesta segunda-feira (31) a ampliação das cirurgias eletivas no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Barradas, localizado em Heliópolis, zona Sul da capital. A medida será possível devido à redução da demanda do Hospital de Campanha exclusivo para COVID-19 instalado junto à unidade.
Houve queda superior a 80% no número de pacientes com o novo coronavírus internados diariamente em comparação ao período de maior demanda, entre junho e julho (confira balanços abaixo). Por isso, será possível agora retomar o funcionamento pleno do centro cirúrgico, e realizar cirurgias mais complexas nas áreas de Otorrinolaringologia, além de hérnias e varizes, por exemplo. A perspectiva é que ocorram cerca de 1,2 mil procedimentos mensalmente.
“O Hospital de Campanha de Heliópolis, cumpriu seu papel, com atendimento a 989 pacientes de 40 cidades do Estado. Dessa maneira, podemos ampliar o atendimento à demanda reprimida de cirurgias eletivas que foram canceladas durante o funcionamento do hospital de campanha”, explicou Doria.
A partir de amanhã (1º), pacientes com Covid-19 que precisarem de atendimento serão direcionados a outros hospitais de referência na capital, incluindo o Hospital de Campanha do Ibirapuera, que segue com as atividades pelo menos até o final de setembro. O Heliópolis deixará de receber casos novos e os pacientes clínicos serão mantidos em 30 leitos de enfermaria de suporte no interior do AME, pois a tenda começará a ser desmontada na próxima semana.
Com a redução dos pacientes com coronavírus, o AME de Heliópolis deverá realizar a readequação do centro cirúrgico e da recuperação pós-anestésica no final de setembro, com a retomada da produção rotineira de eletivas.
“Iniciaremos a desmobilização tanto da tenda quanto da própria UTI do AME Barradas, e, assim, vamos dobrar as cirurgias eletivas, passando de 600 para 1,2 mil procedimentos. Os números mostram que as unidades precisam retomar as suas vocações e continuar a servir à população”, afirmou o Secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.
A UTI exclusiva para COVID-19 começou a ser preparada em abril no andar centro cirúrgico do AME, que seguiu realizando cirurgias, mas em menor escala devido à pandemia. Até julho, foram 2,4 mil procedimentos de menor complexidade. No total, entre janeiro e julho, o AME fez 5,9 mil cirurgias.
As consultas também foram mantidas, inclusive com uso de telemedicina para garantir atendimento durante a pandemia. No mesmo período, também houve 121,6 mil consultas médicas e não médicas, 47,1 mil delas por teleconsulta.
Houve ainda cerca de 10,5 mil exames, incluindo 1 mil de PET-CT Tomografia por Emissão de Pósitrons, na tradução da sigla em inglês), fundamental para análise de casos suspeitos de câncer e definição de tratamento oncológico.
Balanços do Hospital de Campanha
O serviço começou a funcionar em 20 de maio, com o auge de novos pacientes atendidos no mês de junho. Até 29 de agosto, recebeu 989 pacientes de 40 cidades, majoritariamente da Grande São Paulo. Ao todo, foram 848 altas e outros 113 pacientes foram a óbito devido à gravidade clínica.
Nos 11 dias iniciais de funcionamento, em maio, foram 140 admissões e 34 recuperados, com média diária de 50 pacientes em atendimento na enfermaria e dez na UTI. Em junho, mês de maior atividade, houve 386 admissões e 347 pacientes recuperados, com uma expressiva alta na média diária de atendimento: 101 pacientes em atendimento na enfermaria e 18 na UTI.
Em julho, a demanda seguiu alta, com 327 novas internações, 347 altas e, embora a média diária de atendimento na enfermaria tenha caído para 61, na UTI houve um salto para 27 atendimentos. A partir da última semana de julho, a média de atendimento diário de UTI se manteve em 27 pacientes, mas, foi observada uma queda na média da enfermaria, com 40 atendimentos diários. No mês de agosto, a média diária de enfermaria foi de 27 pacientes e, na UTI, 20 internações. Em todo o mês, foram recebidos 146 pacientes, 154 tiveram alta.