Alunos do IMT desenvolvem projeto para retirar baleias-jubarte presas em redes de pesca no litoral brasileiro
O kit com ferramentas é projetado para ser mais acessível economicamente e menos agressivo às baleias
- Data: 13/09/2023 10:09
- Alterado: 13/09/2023 10:09
- Autor: Redação
- Fonte: Instituto Mauá de Tecnologia
Crédito:Divulgação
Como parte das atividades de extensão do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), os alunos dos cursos de Design e Engenharia Mecânica estão desenvolvendo um projeto em prol do meio ambiente, especialmente na proteção e bem-estar das baleias-jubarte, para livrá-las das redes de pesca, pois muitas têm ficado presas acidentalmente nesses equipamentos.
A presença das baleias-jubarte está crescendo no litoral brasileiro. Com o fim da caça comercial, a população brasileira de baleias-jubarte vem-se recuperando com sucesso, atualmente estimada em mais de 30 mil indivíduos. Apesar de ser um espetáculo natural, a presença delas perto das praias está causando preocupação.
Por esse motivo, a ONG Projeto Baleia-Jubarte – instituição não-governamental sem fins lucrativos dedicada à conservação marinha – firmou parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia para o desenvolvimento de ferramentas de desmalhe, isto é, para retirar redes de pesca do corpo de baleias.
“Chegar perto das baleias para soltá-las das redes não é uma tarefa fácil, pois são grandes, pesadas e, muitas vezes, estão estressadas e machucadas. Existe um kit de ferramentas específicas para cortar as redes e ajudá-las a distância, mas são equipamentos importados, de alto custo e não totalmente eficientes”, diz Eduardo Camargo – diretor da ONG, que é ex-aluno da Mauá.
Projeto brasileiro
O projeto dentro do IMT, iniciado no começo do ano, conta com a participação dos docentes e alunos dos cursos de Engenharia Mecânica e Design. “A ideia é apresentar um kit com ferramentas com melhores condições econômicas que possam ficar em cada posto de atendimento ao longo do litoral”, informa Camargo. O Professor Everaldo Pereira, coordenador do curso de Design da Mauá, é um dos idealizadores do projeto da ONG Baleia-jubarte ao lado do professor do curso de Engenharia Mecânica, Claudio Bordinassi. Para a elaboração do projeto, a ONG apontou algumas necessidades. A garateia de captura do cabo ou rede, por exemplo, deve ser um pouco mais leve, pois é necessário lançá-la a pelo menos 15/20 metros.
“Os nossos alunos estão empenhados em oferecer um projeto cuja garateia tenha peso perfeito e e seja resistente para não amassar e segurar com facilidade os cabos. Além do mais, o ideal é que as ferramentas de corte tenham facilidade de substituição da lâmina, assim, em caso de quebra ou perda de fio, seria mais fácil repor e afiar. É importante lembrar que o material será utilizado no mar e deve ser não só resistente à corrosão, mas também forte para aguentar os impactos e não deformar, uma vez que os ângulos não podem mudar, pois são importantes para a função”, reforça Bordinassi.
Atividades de extensão
Desde janeiro, os cursos de graduação de todas as instituições de ensino superior do País precisam prever, na matriz curricular, a participação mínima e obrigatória de 10% da carga horária discente em atividades de extensão com a comunidade externa. O objetivo da resolução, apresentada pelo MEC, é envolver os alunos em atividades que desenvolvam e ofereçam soluções para problemas da sociedade, de forma positiva e colaborativa, ou seja, de modo que possa haver um diálogo com a comunidade atendida.
A professora Cláudia Facca, coordenadora do Núcleo de Extensão Universitária do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), lembra que, historicamente, o IMT sempre desenvolveu muitas atividades desse tipo. “Mesmo antes das primeiras conversas sobre as diretrizes apresentadas na resolução, em 2018, todos os nossos cursos já trabalhavam com atividades de extensão com a comunidade. Os alunos oferecem soluções para problemas da sociedade, apresentados por qualquer entidade externa, seja outra instituição de ensino, empresas, ONGs ou qualquer tipo de organização”, conta a professora Claudia.