Alunas da rede estadual apresentam campanhas de conscientização da violência sexual
Programa #TáNaHora, parceria da Secretaria da Educação com o Instituto Liberta, envolve 200 estudantes da capital
- Data: 24/11/2022 13:11
- Alterado: 24/11/2022 13:11
- Autor: Redação
- Fonte: Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Crédito:Rovena Rosa/Agência Brasil
Nesta quarta-feira (23), o projeto #TáNaHora do Instituto Liberta em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) exibiu e premiou os dez trabalhos finalistas das meninas que participaram do programa sobre violência e exploração sexual de crianças e jovens.
Alinhado com os pressupostos do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva), o #TáNaHora teve início no segundo semestre deste ano com a imersão de 49 estudantes de escolas estaduais da capital. Ao longo de uma semana, estas alunas foram estimuladas a refletirem sobre as raízes da violência sexual contra crianças e adolescentes, conheceram o cenário dessa violência no Brasil, as políticas públicas existentes e identificaram as redes de proteção em seu território. Após esse aprofundamento e compreensão dos conceitos, as jovens lideraram em suas escolas um time de 20 meninas, compartilhando suas vivências para a criação de projetos de comunicação, dedicados tanto à conscientização e alerta quanto à necessidade de pedir ajuda em casos de violência sexual.
“O Liberta tem uma parceria de alguns anos com a Secretaria da Educação, uma parceria que de fato funciona porque é muito complementar. A gente tinha uma urgência de fazer o #TáNaHora neste ano e foi feito em uma velocidade incrível. É pequeno em relação ao tamanho da Secretaria, mas é importante, pontualmente, ele transforma a vida das pessoas que participam. Tenho certeza de que estas 200 meninas vão ser multiplicadoras para sempre e vão enfrentar não só a violência sexual, mas as diversas violências que elas vão encontram vida a fora”, enfatiza Luciana de Toledo Temer Castelo Branco, presidente do Instituto Liberta.
O secretário da Educação, Hubert Alquéres, aponta a necessidade da Seduc-SP dar continuidade ao Programa de enfrentamento à violência contra meninas e mulheres da rede estadual de São Paulo. “Temos muito ainda a fazer, acreditamos que é muito importante se envolver nesta causa, nesta luta contra a violência, temos muitas ações, mas não significa que é suficiente. Quando a Luciana propôs o projeto, na hora batemos o martelo e toda a equipe da Coordenadoria Pedagógica se envolveu de uma forma entusiasmada com a dinâmica, os encontros, as formações do protejo. Estamos muito felizes com os trabalhos apresentados pelas estudantes, que hoje são educadoras depois desse processo que passaram e serão multiplicadoras de uma bandeira muito importante para a sociedade”, ressalta o secretário.
No auditório da Seduc-SP, as dez finalistas apresentaram seus vídeos produzidos nas escolas. Lívia Santos Fernandes, estudante da E.E. Pedro Fonseca, da Diretoria de Ensino Centro-Oeste, ficou com o 1º lugar na premiação. “Na imersão de uma semana com as meninas das outras escolas, pude aprender mais sobre o assunto, foi uma experiência incrível, fiquei mais antenada. E o trabalho na escola com as meninas proporcionou muitas trocas, foi uma oportunidade tanto para mim como para elas”, conta a aluna.
Conviver com a diversidade durante o curso foi o grande diferencial para Laís Costa Ribeiro, estudante da E.E. Professora Irene de Lima Paiva, da Diretoria de Ensino Leste 5. “Conheci diversas pessoas com diferentes modos de viver e de pensar. Às vezes a gente não concordava com a ideia da outra, mas a gente respeitava o ponto de vista de cada uma, se respeitava. Isso sem contar as amizades que fiz, temos grupos, conversamos e trocamos ideias sempre”, conta Laís.
Para a estudante Maria Clara dos Santos Oliveira, da E.E. José Monteiro Boanova, da Diretoria de Ensino Centro-Oeste, vencedora do 2º lugar, o projeto foi inesquecível. “Todo mundo da escola torceu pelo projeto, é um movimento muito importante, estou muito feliz porque eu sinto que consegui ajudar, plantamos uma sementinha na cabeça de cada uma e espero que isso se torne grande e dê muito frutos”, avalia.
Todas as 49 estudantes que participaram da semana de imersão do programa e as estudantes participantes dos trabalhos que ficaram em primeiro e segundo lugar foram premiadas com um passeio cultural a ser escolhido por elas. Além disso, todas as 200 participantes foram convidadas para uma visita ao Museu do Ipiranga.