Agosto Indígena leva ao público do Sesc SP uma imersão nos saberes dos povos originários
Com o tema Brasil Terra Indígena, projeto idealizado em celebração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado em 9 de agosto, reúne cerca de 150 atividades
- Data: 08/08/2023 10:08
- Alterado: 08/08/2023 10:08
- Autor: Redação
- Fonte: Sesc São Paulo
Crédito:Dino Santos
Com diversas ações em 35 unidades do Sesc – 20 na capital e Grande São Paulo e 15 no interior e litoral do estado –, o Agosto Indígena convida a todos para um exercício coletivo de valorização da diversidade dos povos originários no Brasil por meio de apresentações, oficinas, exibição de filmes, feira literária, vivências coletivas, contação de histórias e cursos.
Celebrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de 9 de agosto de 1995, o Dia Internacional dos Povos Indígenas resultou de esforços de representantes de diversos países. Em 2021, o Estado de São Paulo estabeleceu o Agosto Indígena por meio da Lei 17.311, de autoria da deputada estadual Monica da Mandata Ativista. Integrante do coletivo, a pedagoga e codeputada Chirley Pankará foi decisiva para a proposição da lei.
Abertura e destaques do Agosto Indígena
Com identidade visual criada pelo artista Denilson Baniwa e o Coletivo SP Terra Indígena, o Agosto Indígena, que nesta edição realiza ações orientadas pelo tema Brasil Terra Indígena, terá como marco uma programação especial no Sesc Consolação, na capital paulista, em 9 de agosto, composta por duas atividades em celebração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas.
Das 18h às 18h45, a cerimônia de abertura terá início com o Sarau UruKum, um encontro multiétnico e independente que se desdobra em intervenções artísticas que abordam questões relevantes aos povos indígenas na contemporaneidade.
Das 19h30 às 21h30, o Teatro Anchieta será palco de Avaxi Nhenhoty. Inspirado no plantio de milho pelos Guarani e dirigida por Cibele Forjaz, o encontro reúne os Guarani do Jaraguá – representados pelo Coro Guarani Kyre’y Kuery, David Vera Popygua Ju e Xeramõi José de Quadros Vera Popygua – com as multiartistas indígenas Glicéria Tupinambá, Uýra Sodoma e Zahy Tentehar.
Ao longo de todo o mês, a programação do projeto inclui cerca de 150 atividades, majoritariamente livres para todas as idades e gratuitas – a exemplo das duas apresentações da cerimônia de abertura.
Entre os dias 22 e 24/8, o Sesc Avenida Paulista apresenta três encontros com Geni Núñez, escritora e psicóloga que, por meio de sua pesquisa acadêmica, tem proporcionado importantes reflexões sobre as perspectivas indígenas acerca de temas como etnogenocídio, raça, luta anticolonial e antirracista.
No dia 22, a ativista guarani abordará o tema Artesanias Relacionais: Uma discussão sobre ciúmes e combinados. No dia 23, com a colaboração de Jaci Jaxuka Martins, indígena Guarani Mbya e liderança da terra indígena do Jaraguá (SP), Núñez ministrará o curso Perspectivas Indígenas Antirracistas: Contribuições para a Luta Anticolonial. No dia 24, debaterá com os psicanalistas Kwame Yonatan e Laura Lanari, na roda de conversa Aquilombamento nas Margens: Geni Núñez.
A pluralidade de ações do Agosto Indígena também permitirá ao público uma imersão nos saberes e fazeres de diversos povos originários, com o acesso a oficinas de artesania e interações lúdicas por meio de danças, jogos e brincadeiras ensinados por educadores, como Karai Valcenir Tibes, Eliane da Silva e Rony Tibes, da Terra Indígena Tenondé Porã (SP), que estarão presentes nas tardes de sábado, de 5 a 19 de agosto, no Sesc Santo André.
Em visitas mediadas ao Planetário do Carmo, atividade que integra a programação do Sesc Itaquera, a compreensão de fundamentos da astronomia indígena e a relação empírica dos povos originários com o céu será compartilhada em duas tardes de sábado, dias 19 e 26/8, pelo escritor e ativista Antony Jaray Poty.
Entre as ações de vivência, o Agosto Indígena também promoverá visitas mediadas à Aldeia Renascer Ywyty Guaçu, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo; à Aldeia Kuaray Oua, na Terra Indígena Tenondé Porã, na zona sul da capital, onde será realizado um mutirão de plantio baseado na roça Guarani; e na Reserva Indígena Multiétnica Filhos Desta Terra, em Guarulhos, onde os participantes farão um passeio pela trilha ecológica da terra indígena e terão contato com a relação destes povos com a natureza, por meio de atividades de canto, danças e brincadeiras indígenas.
No CineSesc, além da estreia do filme Bibiru: Kaikuxi Panema, que contará com a presença dos diretores Latso Apalai e André Lopes, Miradas Femininas, uma seleção de seis filmes com curadoria de Júnia Torres, apresentará produções de diretoras que registram e atualizam rituais, além de dialogar com expressões poéticas no cinema.
Na abertura dessa programação, em 17/8, as cineastas Graciela Guarani, Marta Tipuici Manoki, Kerexu Martim e Jera Guarani participam de uma conversa mediada por Júnia Torres. O bate-papo ocorre das 18h30 às 20h30. Na sequência, serão exibidos os filmes Aguyjevete Avaxi’i (Brasil, SP/Guarani Mbya, 2023, 20 min); e Ajali Numa: O jogo de cabeça dos Manoki e Myky (Brasil, MT/Manoki, 2023, 73 min).
Confira um resumo dos principais destaques das unidades do Sesc que acolherão a edição Brasil Terra Indígena do Agosto Indígena.
A programação completa está disponível em:
https://www.sescsp.org.br/agostoindigena