Acidente na pista do Galeão: Investigação aponta falhas na comunicação
Colisão de Boeing 737 com veículo quase provoca tragédia
- Data: 13/02/2025 08:02
- Alterado: 13/02/2025 08:02
- Autor: Redação
- Fonte: Cenipa
Na noite de terça-feira, 11, um incidente notável ocorreu no Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão, quando um Boeing 737 da Gol colidiu com um veículo de manutenção durante a fase de decolagem. A aeronave, que alcançava uma velocidade de 200 km/h, foi forçada a abortar a decolagem. A torre de controle não estava ciente da presença do carro na pista, segundo informações fornecidas por Roberto Peterka.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Força Aérea Brasileira (Cenipa) iniciou uma investigação detalhada sobre o acidente. Especialistas em segurança aeronáutica analisaram o ocorrido e destacaram que, por pouco, não houve uma tragédia de proporções maiores.
O Boeing 737 Max 8, com matrícula PS-GPP, tinha como destino Fortaleza e conseguiu interromper sua decolagem sem que passageiros ou tripulantes se ferissem. Contudo, Peterka adverte que o choque poderia ter resultado em consequências devastadoras, como a possibilidade de explosão ou necessidade de uma decolagem de emergência.
Décio Corrêa, presidente da Feira Internacional de Manutenção Aeronáutica, corroborou essa avaliação. Ele enfatizou que o impacto poderia ter sido catastrófico caso o carro tivesse atingido áreas críticas da aeronave, como tanques ou asas. “Se o carro tivesse atingido a asa ou um tanque, certamente poderia provocar um incêndio”, disse Corrêa.
Peterka explicou que os motores da aeronave poderiam ter ingerido partes do veículo em caso de impacto direto, resultando na operação da aeronave em modo monomotor. Em tal circunstância, a situação exigiria uma manobra complexa para garantir a segurança dos ocupantes.
A colisão também levanta preocupações sobre os danos potenciais ao trem de pouso do avião, que poderiam comprometer a estabilidade da aeronave durante a decolagem. Caso houvesse falha estrutural no trem de pouso, a asa poderia tocar o solo, gerando uma série de consequências imprevisíveis.
Os especialistas ressaltam que a presença do veículo na pista representa uma grave falha de comunicação entre a torre de controle e a equipe responsável pela manutenção no aeroporto. Perguntas cruciais permanecem sem resposta: como o carro chegou à pista e quem autorizou sua presença?
Após o impacto, o teto do veículo foi quase completamente destruído. Imagens mostram o estado tanto do carro quanto dos danos na fuselagem e no trem de pouso da aeronave. Funcionários da Gol estão realizando avaliações detalhadas para determinar as consequências do acidente.
A concessionária RIOgaleão confirmou o incidente em nota oficial, assegurando que não houve feridos e que as operações do aeroporto continuavam normalmente. A Gol também se manifestou informando que um voo alternativo foi disponibilizado para os passageiros afetados.
O diálogo entre os pilotos e a torre logo após o choque evidenciou a surpresa dos controladores em relação à situação inesperada. O procurador Átila de Oliveira, que estava a bordo da aeronave durante o incidente, relatou momentos tensos enquanto a tripulação tentava controlar a situação.
A Gol reiterou seu compromisso em colaborar com as investigações do Cenipa para esclarecer todos os detalhes relacionados ao acidente e assegurar que medidas corretivas sejam implementadas para evitar futuros incidentes semelhantes.