A solidão entre idosos afeta saúde física e mental

É vital promover interações sociais e políticas públicas para melhorar seu bem-estar

  • Data: 30/01/2025 09:01
  • Alterado: 30/01/2025 09:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: SBT News
A solidão entre idosos afeta saúde física e mental

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Crédito:Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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A solidão e o isolamento social entre a população idosa têm se tornado tópicos cada vez mais relevantes, refletindo um desafio significativo para a saúde pública. Esses fatores impactam de forma substancial não apenas o bem-estar emocional, mas também a saúde física e mental dos idosos, afetando até mesmo a expectativa de vida.

Um estudo recente publicado na revista JAMA Internal Medicine revelou que o isolamento social está fortemente associado a um aumento nas internações em lares de idosos, sendo considerado um fator de risco importante para a institucionalização dessa faixa etária. Ademais, a solidão tem sido ligada à deterioração da qualidade de vida, impactando diretamente a saúde mental e física dos indivíduos.

Os sentimentos de solidão podem precipitar condições como depressão e ansiedade. A falta de interações sociais foi relacionada ao comprometimento cognitivo, incluindo um maior risco de demência, independentemente de outras condições pré-existentes, como a doença de Alzheimer. A exclusão social pode levar os idosos a uma percepção negativa de si mesmos, resultando em baixa autoestima e um senso de inutilidade.

Estudos indicam que a solidão na velhice aumenta em 31% as chances de desenvolvimento de demência. Além disso, os efeitos adversos da solidão se estendem à saúde física, com evidências que sugerem um maior risco para doenças cardiovasculares. A ausência de estímulos para atividades físicas pode resultar em perda muscular e um aumento significativo no risco de quedas e mortalidade precoce.

Os impactos da solidão na qualidade de vida são abrangentes, manifestando-se em diversas formas:

  • Alimentação inadequada e descuido pessoal: Idosos que se sentem solitários podem perder o interesse em cuidar da própria saúde.
  • Vulnerabilidade e abusos: O isolamento social pode aumentar o risco de exploração financeira e maus-tratos.
  • Dependência excessiva da tecnologia: Muitos idosos recorrem ao uso intenso de televisão ou redes sociais na tentativa de suprir a carência do contato humano, o que muitas vezes é insuficiente.

Diante das consequências negativas associadas à solidão e ao isolamento social nos idosos, torna-se essencial promover estímulos cognitivos e sociais como estratégias para melhorar seu bem-estar.

Uma revisão sistemática conduzida por Gonnord et al. concluiu que participar de atividades físicas ou cognitivas em grupo traz benefícios significativos para a qualidade de vida dos idosos. A interação social gerada por essas atividades é fundamental para o aprimoramento da saúde física, mental e social. Nesse contexto, o papel da família é crucial; manter uma relação próxima por meio de visitas regulares pode ajudar a prevenir a solidão e a depressão. É vital ouvir os idosos, valorizar suas opiniões e incentivá-los a se envolver em atividades sociais.

No âmbito da saúde, é frequentemente necessário oferecer suporte na administração de cuidados médicos, medicamentos e na manutenção de uma alimentação equilibrada. Adaptar o ambiente doméstico para garantir segurança e evitar quedas também é essencial.

A sociedade desempenha um papel vital ao fomentar políticas públicas que promovam:

  • Investimentos em programas voltados à saúde: Lazer, educação continuada e assistência social específica para idosos.
  • Criatividade nos espaços comunitários: Desenvolvimento de centros de atividades e eventos culturais que incentivem a socialização.
  • Apoio psicológico: Disponibilização de serviços que atendam as necessidades dos idosos em situações vulneráveis.
  • Acessibilidade: Melhorias na mobilidade urbana e adaptação dos espaços públicos às necessidades dos idosos.
  • Luta contra o idadismo: Campanhas educativas que promovam o respeito e valorização dos idosos na sociedade.

A relação entre solidão, isolamento social e o envelhecimento populacional se revela como uma questão complexa que demanda atenção cuidadosa. As repercussões psicoemocionais desses fenômenos podem ser severas na qualidade de vida dos idosos. Portanto, é imperativo tratar esses desafios com empatia e compreensão.

A promoção do bem-estar na terceira idade depende do equilíbrio entre o suporte familiar constante e as oportunidades oferecidas pela sociedade. Quanto mais inclusão e respeito forem proporcionados aos idosos, melhor será sua qualidade de vida durante essa fase.

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  • Data: 30/01/2025 09:01
  • Alterado:30/01/2025 09:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: SBT News









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