“A pintura e seus mistérios” será inaugurada no dia 1º de abril
Obras recentes de Newman Schutze integram individual na Sergio Gonçalves Galeria, em São Paulo, com curadoria de Marcus Lontra
- Data: 25/03/2025 15:03
- Alterado: 25/03/2025 15:03
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Com mais de 40 anos de trajetória, Newman Schutze tem como característica a fidelidade que mantém à sua essência de pintor. Isso se comprova em “A pintura e seus mistérios”, exposição que inaugura no dia 1º de abril, sob curadoria de Marcus de Lontra Costa, com 30 trabalhos produzidos em 2024, em pequenos, médios e grandes formatos de até 1,80 metros, a maioria utilizando técnica mista sobre tela (e alguns em técnica mista sobre papel). Newman, que tradicionalmente não dá títulos para suas obras, desta vez as “batizou” com nomes dados por pacientes psicóticos de oficinas por ele ministradas. Essas telas inéditas apresentadas na Sergio Gonçalves Galeria também exploram cores mais fortes, em pinceladas que apontam para um retorno à arte figurativa.

“A exposição faz uma imersão no meu universo pessoal e íntimo, onde proponho uma reflexão profunda sobre as nuances da experiência humana. As obras, que envolvem técnicas mistas e uma paleta vibrante, desafiam a forma como percebemos a realidade e nos convidam a olhar para dentro de nós mesmos”, afirma Newman Schutze.
Segundo o próprio artista, seu trabalho nunca teve uma linha de pesquisa fixa, muito menos uma temática hermética que aprisionasse. Ele, que sempre transitou entre o abstrato e o figurativo, já foi figura humana e recentemente apresenta-se influenciado pelas paiasagens. Sempre espontaneamente. Na verdade, ele diz se aproveitar de certas imagens para exercer seu trabalho pictórico. “A paisagem está lá, mas não necessariamente com uma obrigatoriedade de representação real”, diz.
A arte é uma ponte – por Marcus de Lontra Costa
Nesses tempos distópicos nos quais antigos fantasmas parecem envolver o mundo e apavorar aqueles que conheceram o arbítrio e a dominação, pintar é, antes de tudo, um ato de resistência e paixão. Em toda a diversidade de seus métodos e processos, a pintura, assim como o teatro, não se realiza no terreno da virtualidade. Ela é matéria, gesto, cor, espaço e terreno da construção humana. Ao longo dos séculos a pintura retratou e recriou o mundo com suas mazelas e encantos e hoje, mais do que nunca, ela se faz necessária para recuperar a essência criativa do ser humano.
Em plena gritaria, no meio de vozes dissonantes, pautas identitárias necessárias, distúrbios teóricos, paradoxos filosóficos e determinações antropológicas a pintura de Newman Schutze se impõe pelo silêncio e elegância das coisas eternas. Há nela, como fundamento, a definição de uma clareza gráfica/estrutural que conduz o olhar do espectador para o território do equilíbrio, da sutileza e do método construtivo. Aqui, a disciplina rege a composição e o resultado é fruto de um processo elaborado no qual o movimento, o cromatismo, a sensível equação tempo e espaço se aliam a algumas reminiscências de paisagem para nos apresentar uma obra que nunca se esgota no primeiro olhar. As pinturas do artista combatem vigorosamente o olhar apressado; elas são um convite para a descoberta de belezas silenciosas e profundas.
Na interseção do gesto e da figura, as paisagens surgem como elementos poéticos e de forte apelo visual. Elas são fragmentos da realidade envolvidas numa aura de mistério e nos remetem a antigas lembranças de um mundo perdido, mas que, com a força da arte, pode ser recuperado. Os tons pastéis sugerem véus e mistérios e convidam o olhar sensível a descobrir novas belezas e encantamentos. Trata-se de uma obra cuja densidade é fruto de um trabalho árduo e persistente. Ao artista não lhe interessam os rótulos e os estilos tradicionais pois ele sabe que a arte é antes de tudo uma ponte, um caminho. A sua maturidade permite-lhe tangenciar várias escolas e vários saberes da arte. Sua inquietude encontra morada na essência, no coração do homem que lhe assegura o direito de construir e transformar. Em seu grande mistério, a arte nos ensina que o conhecimento, o talento e a resiliência, como no caso das pinturas de Newman Schutze, formulam a receita principal de uma arte atemporal e eterna.
Rio de Janeiro, março de 2025.
Saiba mais sobre Newman Schutze
Nasceu em Adamantina, São Paulo, em 1960. Vive e trabalha em São Paulo, capital, desde 1985. Já participou de exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, em países como Alemanha, França, Espanha e Estados Unidos. Expôs individualmente no MAM- Bahia, no MAC-Paraná no Museu Victor Meireles (Florianópolis) e em diversas galerias nas principais capitas brasileiras. Entre as mostras, vale destacar: a 10ª Bienal de Santos; o 15º Salão da Bahia, em Salvador, SP-Arte (2005 e 2010); Arte BA08-Buenos Aires. Em São Paulo, fez parte do projeto “Aluga-se”. Recebeu diversos prêmios aquisitivos e uma viagem a Nova York em 1996. Em 2011, lançou o livro “Newman Schutze Nanquim, óleo”; em 2012, montou a instalação “Planície”, na Vitrine do MASP com curadoria de Regina Silveira. Em 2019, foi convidado para a residência artística Gludstad (Dinamarca).
Saiba mais sobre Sergio Gonçalves
Quando o marchand e colecionador carioca Sergio Gonçalves abriu seu primeiro espaço cultural, quase 30 anos atrás, o panorama das artes era bem diferente do que é hoje – nomes brasileiros como Adriana Varejão, Beatriz Milhares e Vik Muniz ainda não figuravam nos rankings internacionais e as feiras como SP Arte e Arte Rio sequer existiam. Sua galeria de arte contemporânea na Barra da Tijuca, inaugurada em 1996, algum tempo depois assumiria o nome do empresário e desembarcaria no Centro Histórico carioca, além de continuar com a filial no CasaShopping, apresentando artistas incensados como Ângelo de Aquino, Emanoel Araújo, Wesley Duke Lee, Ascânio MMM, Carlos Vergara, Aguilar, Siron Franco, entre outras estrelas plurais.
Mantendo o endereço carioca até hoje, em 2017, a grife expandiu os horizontes para São Paulo, proporcionando uma nova experiência no formato “casa-galeria”, com atendimento by appointment em que Gonçalves promoveu inúmeras imersões no mundo das artes, com almoços e jantares informais (e disputadíssimos), com a presença de artistas e experts, propiciando uma interação original com as obras expostas. “É sobre viver e conviver com a arte”, explica.
Além dos endereços próprios no Rio e em Curitiba, com um pé no Brasil e o outro nas melhores bienais, feiras e festivais, hoje a Sergio Gonçalves Galeria é responsável pela curadoria das mostras Artefacto em diversos estados brasileiros e reconhecida também pela consultoria de alguns dos escritórios de arquitetura e design mais expressivos do País, desmitificando o reducionismo do uso da arte na decoração, valorizando as obras com aplicações mais consistentes, longe da vulgaridade das combinações cromáticas entre elementos. Com um acervo composto por obras de mais de 100 artistas, entre nomes locais e estrangeiros que abrangem pinturas, fotografias, esculturas, desenhos, gravuras, instalações e site specifcs, a galeria foi inaugurada em agosto de 2024, no número 484 da Alameda Gabriel Monteiro da Silva, endereço seminal do design no Brasil. Ali, no perímetro conhecido como “Upper Gabriel”, ele carimba um novo ciclo do business com a expo individual de Carlos Araujo, artista de enorme envergadura cujas pinturas dramáticas reverberam com força nessa e em outras terras.
Serviço
“A pintura e seus mistérios”
Obras recentes de Newman Schutze
Abertura: 1º de abril, terça-feira, das 17h às 21h
Curadoria: Marcus de Lontra Costa
Visitação: até 19 de abril de 2025
Local: Sergio Gonçalves Galeria
Endereço: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 484 – Jardim América – SP
Funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 19h; aos sábados, das 10h às 15h
Contatos: www.sergiogonçalvesgaleria.com/@sergiogoncalvesgaleria


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