Relatório SOS Mata Atlântica revela que 75% dos rios estão em condições regulares
O estudo alerta para a necessidade urgente de investimentos em saneamento básico
- Data: 21/03/2025 07:03
- Alterado: 21/03/2025 07:03
- Autor: Redação
- Fonte: SOS Mata Atlântica
Em um relatório divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica, que coincide com as comemorações do Dia Mundial da Água em 22 de março, foram evidenciados problemas persistentes na qualidade dos rios que cortam as bacias hidrográficas da Mata Atlântica. O estudo alerta para a necessidade urgente de investimentos em saneamento básico.
A análise, realizada no âmbito do programa Observando os Rios 2025, indica que 75% dos rios monitorados permanecem em condições regulares, apresentando sérios impactos ambientais que podem afetar seu uso para consumo e lazer. A pesquisa, que abrangeu 112 rios ao longo de 2024, envolveu a coleta de dados por voluntários em 145 pontos distribuídos por 67 municípios em 14 estados.
Do total de pontos analisados, apenas 11 (7,6%) foram classificados com qualidade boa, enquanto 109 (75,2%) ficaram na categoria regular. Além disso, 20 (13,8%) apresentaram qualidade ruim e cinco (3,4%) foram considerados péssimos, o nível mais crítico. Notavelmente, nenhum ponto atingiu a classificação de qualidade ótima.
Os dados também revelaram que a deterioração da qualidade das águas é especialmente grave nos municípios do estado de São Paulo. Comparando-se com o ano anterior, houve um aumento no número de rios com qualidade ruim e a permanência de quatro pontos classificados como péssimos, incluindo o Rio Pinheiros e o Ribeirão dos Meninos.
O Índice de Qualidade da Água (IQA), que categoriza as condições hídricas em cinco níveis – ótimo, bom, regular, ruim e péssimo – demonstra que a maioria dos rios monitorados não apresenta condições adequadas para abastecimento ou atividades recreativas. Segundo Gustavo Veronesi, coordenador do programa Observando os Rios na SOS Mata Atlântica, os resultados apontam para uma situação crítica: “Nossos rios estão por um triz. A falta de progresso real nas melhorias é alarmante e exige ações mais efetivas e urgentes em saneamento.”
No estado paulista, onde se concentra a maior parte das análises realizadas pelo programa, notou-se um aumento na quantidade de rios com qualidade insatisfatória. Em comparação com os dados de 2023, a situação piorou: houve redução no número de pontos considerados bons e um aumento nos classificados como ruins ou péssimos.
O relatório também destaca problemas específicos em locais como Atibaia e Ilhabela. No primeiro caso, o Córrego Onofre teve sua classificação alterada para ruim devido à seca prolongada que afetou sua capacidade de diluição dos poluentes. Já em Ilhabela, córregos antes considerados bons passaram para condição regular, possivelmente em decorrência de obras na infraestrutura local que comprometeram a qualidade da água.
Além disso, o estudo sublinha a relação entre o crescimento urbano desordenado e a degradação da qualidade hídrica. Em diversas áreas urbanas da Grande São Paulo, como Santo André e Salto, observou-se uma piora nas condições dos rios devido à pressão imobiliária e ao aumento da geração de esgoto sem tratamento adequado.
Embora o panorama seja preocupante, existem casos pontuais que demonstram potencial para recuperação quando há políticas públicas efetivas e mobilização social. Por exemplo, o Córrego Trapicheiros no Rio de Janeiro teve sua classificação melhorada para boa.
A pesquisa conclui que a carência em saneamento básico continua sendo o principal obstáculo à recuperação da qualidade das águas nos rios brasileiros. Eventos climáticos extremos intensificam esses problemas ao aumentar a concentração de poluentes e reduzir a disponibilidade de água limpa.
Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas da SOS Mata Atlântica, ressalta que é essencial integrar as políticas relacionadas à água, clima e meio ambiente. “A sociedade civil precisa estar mais ativa na defesa da água limpa”, afirma ela. Com isso, evidencia-se a importância do envolvimento comunitário na gestão dos recursos hídricos como uma estratégia vital para assegurar um futuro sustentável.”

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