Liberação de documentos do assassinato de JFK: Saiba o conteúdo e qual a citação ao Brasil

Documentos revelam monitoramento da inteligência americana na América Latina e possíveis conexões diplomáticas no período da Guerra Fria

  • Data: 19/03/2025 23:03
  • Alterado: 19/03/2025 23:03
  • Autor: Suzana Rodrigues
  • Fonte: FolhaPress/ The Washington Post / Aventuras na História
Liberação de documentos do assassinato de JFK: Saiba o conteúdo e qual a citação ao Brasil

Documentos Assassinato JFK sobre o Brasil

Crédito:Reprodução

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No dia 18 de outubro, o governo federal dos Estados Unidos fez a divulgação de uma extensa coleção de documentos relacionados ao assassinato do presidente John F. Kennedy. Embora o impacto dessa liberação ainda seja incerto, os Arquivos Nacionais disponibilizaram dezenas de milhares de páginas que podem oferecer novas perspectivas sobre um dos eventos mais significativos da história americana.

A decisão de tornar esses documentos públicos foi ordenada pelo presidente Donald Trump, que, em um evento no Kennedy Center, anunciou que todas as informações relacionadas a Kennedy seriam liberadas. Essa declaração provocou uma intensa atividade no Departamento de Justiça, onde advogados trabalharam incansavelmente para revisar os arquivos antes da divulgação, conforme reportado pela ABC News.

Harrison Fields, porta-voz da Casa Branca, comentou sobre a liberação em uma entrevista à NewsNation, afirmando: “Os cidadãos americanos terão acesso a esses documentos, e certamente haverá uma narrativa importante a ser explorada. Não posso revelar essa história antecipadamente, mas asseguro que o público ficará surpreso com o que encontrará.”

Detalhes da liberação dos documentos

A divulgação inicial incluiu mais de 1.100 registros, totalizando cerca de 31 mil páginas. Essa liberação é parte de um processo contínuo que teve início na década de 1990 e que tem moldado a percepção do público e dos historiadores sobre o assassinato. A maioria das aproximadamente 6 milhões de páginas relacionadas já havia sido divulgada anteriormente.

Na mesma noite, um segundo lote com mais de mil arquivos foi disponibilizado, embora muitos desses documentos já fossem conhecidos em versões anteriores. Todos os arquivos podem ser acessados através do site dos Arquivos Nacionais.

Brasil citado em documentação

Entre os milhares de documentos liberados, alguns mencionam o Brasil em investigações relacionadas ao assassinato de John F. Kennedy. Conforme revelado pelo portal Aventuras na História, os registros indicam que, na época do crime, diplomatas brasileiros teriam tido acesso a informações que poderiam ter ajudado a compreender melhor os eventos em torno da morte do presidente.

Os documentos sugerem que agentes da inteligência dos Estados Unidos monitoravam movimentações políticas na América Latina, incluindo o Brasil, durante o período da Guerra Fria. Entre as menções, há referências a possíveis atividades de espionagem e ao papel de figuras brasileiras nas relações diplomáticas com os EUA.

Apesar das menções ao Brasil, especialistas alertam que a presença do país nos documentos não significa necessariamente envolvimento direto no caso. Ainda assim, essas informações podem oferecer novos insights sobre a geopolítica da época e o impacto do assassinato de Kennedy no cenário internacional.

Conteúdo dos documentos e análises críticas

De acordo com uma análise realizada pelo The Washington Post, nenhum documento novo foi encontrado na última liberação; a maior parte do material consiste em informações previamente censuradas agora reveladas. Philip Shenon, autor do livro A Cruel and Shocking Act: The Secret History of the Kennedy Assassination, expressou ceticismo ao afirmar que não encontrou elementos que alterassem sua compreensão do caso após examinar os novos registros.

Shenon ressaltou que o conteúdo é denso e complexo, exigindo tempo e análise cuidadosa para discernir as diferenças entre as versões editadas e os novos dados disponíveis. “Embora sempre exista a possibilidade de algo impactante ser descoberto, nada até agora parece mudar a narrativa central sobre aquele dia trágico“, afirmou.

Perspectivas e reações ao conteúdo liberado

A nova liberação também oferece um vislumbre da burocracia da década de 1960, apresentando uma variedade de documentos que vão desde telegramas a memorandos cotidianos. Entre os registros estão mensagens solicitando medicamentos até memorandos relacionados à figura de Lee Harvey Oswald durante sua estadia em Minsk.

As reações à divulgação têm sido moderadas. Jack Schlossberg, neto de Kennedy e crítico de Trump, expressou descontentamento nas redes sociais, sugerindo que a forma como esses documentos estão sendo usados pode comprometer a memória histórica para gerações futuras. Por outro lado, a deputada republicana Anna Paulina Luna elogiou Trump por cumprir sua promessa de liberar os registros.

Com essas novas informações agora disponíveis ao público, especialistas e historiadores aguardam ansiosamente por análises aprofundadas que possam lançar luz sobre o complexo legado do assassinato de John F. Kennedy.

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  • Data: 19/03/2025 11:03
  • Alterado:19/03/2025 23:03
  • Autor: Suzana Rodrigues
  • Fonte: FolhaPress/ The Washington Post / Aventuras na História











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