Há 30 anos era realizada a primeira eleição eletrônica da América Latina
Em 12 de fevereiro de 1995, os eleitores e eleitoras de Xaxim (SC) votaram em microcomputadores instalados nas seções eleitorais.
- Data: 12/02/2025 19:02
- Alterado: 12/02/2025 19:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: TRE-SP
Em 1995, foi necessária uma eleição suplementar no município de Xaxim (SC). O prefeito eleito em 1992, Alberto Sordi, faleceu num acidente automobilístico em setembro de 1994 e seu vice-prefeito, Gelson Sorgatto, renunciou ao mandato. A chefia do Executivo municipal ficou, portanto, vaga, e o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) determinou a realização de um novo pleito no dia 12 de fevereiro de 1995.
Essa eleição foi um marco na evolução tecnológica do sistema de votação e apuração no Brasil, já que os cerca de 12 mil eleitores não encontraram urnas de lona e cédulas de papel nas seções eleitorais, mas sim um microcomputador com teclado adaptado para a escolha entre dois candidatos. Foi a primeira eleição completamente eletrônica da América Latina.
Cada eleitor levou cerca de 59 segundos para votar. Nas eleições gerais de 1994, ainda com cédulas de papel, os eleitores haviam demorado em média quatro minutos. Exatos 39 minutos após o encerramento da votação, a população de Xaxim já sabia que Edemar Matiello (PMDB) havia vencido o adversário, Silvano Tavares (PSDB), com 6.442 votos.
Essa experiência-piloto serviu para orientar a implantação da urna eletrônica, utilizada pela primeira vez nas eleições municipais do ano seguinte. Em 1996, as capitais e os municípios com mais de 200 mil eleitores, além da cidade de Brusque (SC), tiveram votação eletrônica, o que representava cerca de 30% do eleitorado nacional.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na época, ministro Carlos Velloso, acompanhou a eleição em Xaxim. Ele afirmou aos jornalistas naquele momento que tinha a certeza de que era possível “informatizar o voto e escorraçar os fraudadores”.
Criada para aumentar a segurança do processo eleitoral, a urna eletrônica foi desenvolvida por especialistas do TSE, dos Tribunais Regionais Eleitorais e de integrantes de órgãos como Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto de Estudos Avançados da Aeronáutica, Telebras, Exército e Marinha. Desde a sua estreia em eleições, nunca foi comprovada nenhum caso de fraude.