Tarifas de Trump podem gerar impacto econômico negativo nos EUA
Aumento nas tarifas sobre aço e alumínio deve elevar os custos de produção e afetar a inflação, enquanto outros países planejam retaliação contra as novas medidas
- Data: 11/02/2025 18:02
- Alterado: 11/02/2025 18:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Especialistas econômicos estão preocupados com o impacto das novas tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As medidas, que entrarão em vigor em março, são vistas como um retorno à política protecionista que marcou o primeiro mandato de Trump e levantam questões sobre a inflação e a saúde econômica global.
Aumento de custos e inflação nos EUA
A decisão de Trump, que visa “tornar os Estados Unidos ricos novamente”, é considerada por muitos economistas como uma abordagem arriscada. Abigail Hall Blanco, professora associada de economia na Universidade de Tampa, enfatiza que as tarifas resultam em perdas significativas para todos os envolvidos. Segundo ela, “a literatura existente sobre o tema é clara: tarifas não beneficiam a economia de maneira geral“.
Embora a intenção seja fortalecer a indústria americana de metais, especialistas alertam que setores que dependem fortemente do aço e do alumínio, como o automotivo e da construção civil, enfrentarão um aumento nos custos de produção. Este encarecimento provavelmente será repassado aos consumidores americanos, contribuindo para uma nova onda inflacionária em um período em que as autoridades tentam manter os preços sob controle.
Impacto nos cidadãos de menor renda
Meredith Crowley, professora de economia na Universidade de Cambridge, aponta que os cidadãos americanos com menor renda serão os mais impactados. “Para aqueles que já lutam para pagar por um veículo usado, o aumento no preço pode ser insustentável,” alerta Crowley.
A indústria americana de aço e alumínio já enfrenta desafios estruturais significativos, como altos custos de produção e infraestrutura defasada. Embora os Estados Unidos não sejam altamente dependentes das importações chinesas, a superprodução na China — responsável por mais de 50% da produção mundial de aço — complica ainda mais a competitividade dos fabricantes americanos.
Reação internacional às tarifas
A reação internacional já começou. O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau qualificou as novas tarifas como “totalmente injustificadas” e prometeu resistência firme por parte do governo canadense. O Canadá foi o maior exportador de aço para os Estados Unidos no último ano, com 6,6 milhões de toneladas enviadas.
Além disso, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou que a União Europeia responderá às tarifas com “contramedidas firmes e proporcionais”. Embora ainda não esteja claro quais serão essas medidas, a UE está considerando a possibilidade de impor tarifas recíprocas ou outras restrições comerciais.
Países buscam isenções às novas tarifas
Por sua vez, diversos países afetados estão buscando isenções às novas tarifas. O Reino Unido espera negociar uma exceção para suas exportações metálicas, enquanto a Índia também considera cortes tarifários como forma de apaziguar as relações comerciais com os EUA. O governo brasileiro anunciou que reagirá com reciprocidade caso as tarifas afetem suas exportações.
A situação continua a evoluir rapidamente, enquanto especialistas avaliam as possíveis repercussões econômicas tanto para os Estados Unidos quanto para seus parceiros comerciais ao redor do mundo.