Aumento da cesta básica em janeiro: estudo do dieese revela tendências preocupantes
A cesta básica aumentou em 13 capitais brasileiras em janeiro de 2024, com Salvador liderando. Custo médio é R$ 851,82 em SP, evidenciando a pressão inflacionária.
- Data: 06/02/2025 21:02
- Alterado: 06/02/2025 21:02
- Autor: Redação
- Fonte: Dieese
Crédito:Reprodução
Um levantamento recente realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou um aumento significativo no custo da cesta básica em janeiro de 2024, afetando 13 das 17 capitais brasileiras analisadas. Este estudo, que ocorre anualmente desde 2005, destaca a pressão inflacionária sobre os itens de consumo essenciais para as famílias.
Entre as cidades com maior aumento percentual, Salvador se destacou com uma elevação de 6,22% nos preços, seguida por Belém com 4,80% e Fortaleza com 3,96%. Por outro lado, algumas capitais registraram quedas nos valores da cesta básica: Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%).
A pesquisa também identificou São Paulo como a cidade onde a cesta básica é mais cara, custando R$ 851,82. Este valor representa cerca de 60% do salário mínimo vigente de R$ 1.518. Para uma família de quatro pessoas, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas deveria ser de R$ 7.156,15.
Além disso, um estudo anterior do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que a renda média do trabalhador brasileiro em outubro de 2024 foi de R$ 3.279,00. Isso evidencia um descompasso entre os rendimentos e o custo de vida, especialmente considerando que o salário mínimo ideal para janeiro deveria ser de R$ 6.723,41, ou seja, 4,76 vezes o valor atual.
A inflação acumulada em 12 meses foi registrada em 4,8%, conforme indicado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um número que se alinha com as elevações observadas nos preços dos alimentos.
As regiões Sul e Sudeste mostraram-se as mais onerosas em termos de custo da cesta básica. Em Florianópolis, o preço médio foi de R$ 808,75; no Rio de Janeiro, R$ 802,88; e Porto Alegre teve um custo médio de R$ 770,63. Cidades como Curitiba (R$ 743,69), Vitória (R$ 735,31) e Belo Horizonte (R$ 717,51) também figuram entre os locais onde a cesta básica tem um custo elevado.
Por outro lado, nas capitais do Norte e Nordeste os custos foram bem mais baixos. Em Fortaleza a cesta básica custou R$ 700,44; em Belém R$ 697,81; e Natal R$ 634,11. As cidades nordestinas apresentaram preços que não ultrapassaram metade do salário mínimo.
O Dieese atribui a alta nos preços a três itens principais: o café em pó teve aumentos significativos em todas as capitais analisadas; o tomate apresentou variações diversas – com altas superiores a 40% em locais como Salvador e Belo Horizonte – devido às condições climáticas adversas; e o pão francês também sofreu aumentos consideráveis em diversas cidades devido à redução na oferta de trigo nacional.
Entretanto, outros produtos como batata e leite integral contribuíram para uma contenção no aumento geral da cesta básica. A batata teve queda nos preços em todas as capitais ao longo do último ano e o leite integral apresentou diminuições em dezembro mesmo após variações ao longo do ano. Além disso, o arroz agulhinha e o feijão preto tiveram suas cotações reduzidas graças ao aumento na oferta desses produtos.