Chuvas no Alto Tietê causam alagamentos e deslizamentos, afetando 1.200 pessoas
Itaquaquecetuba declara calamidade pública e oferece abrigo
- Data: 04/02/2025 12:02
- Alterado: 04/02/2025 12:02
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Alagamento
Crédito:Reprodução - G1
Os reservatórios que abastecem a região do Alto Tietê registraram um acumulado de 100,4 milímetros de chuva até esta segunda-feira (3), conforme dados divulgados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A quantidade de precipitação se deve às chuvas torrenciais que atingiram a área desde a última sexta-feira (31), resultando em alagamentos e deslizamentos que afetaram severamente milhares de residentes.
O Sistema Produtor Alto Tietê (Spat) experimentou um aumento significativo na precipitação, contabilizando mais da metade da expectativa mensal para fevereiro em apenas três dias. A média histórica para o mês é de 176,6 milímetros, e o volume registrado já superou os números dos três primeiros dias do ano passado, quando houve apenas 27,2 milímetros.
No presente momento, o Spat opera com 48,4% de sua capacidade. As condições climáticas adversas desde sexta-feira têm causado danos extensivos nas cidades do Alto Tietê, levando as autoridades locais a reportarem que cerca de 1.200 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.
Em Poá, a Defesa Civil alertou moradores dos bairros Jardim São José e Jardim Nova Poá sobre o risco de desabamentos. Embora aproximadamente 100 pessoas tenham recebido orientação para deixar suas residências, nenhuma delas se deslocou para o abrigo estabelecido pela prefeitura.
Na cidade de Suzano, especificamente no bairro Jardim Maitê, diversas ruas ficaram inundadas devido à intensidade das chuvas. A prefeitura informou que 17 pessoas estão abrigadas temporariamente no prédio do antigo Restaurante Popular, onde são disponibilizados serviços básicos como alimentação e atividades recreativas para crianças.
Os temporais também provocaram o transbordamento de rios e córregos na região, incluindo o rio Guaió em Suzano e o córrego Itaim em Poá.
As autoridades em Mogi das Cruzes relataram enchentes nos bairros Vila Oropó e Jardim Santos Dumont, e providenciaram alojamentos temporários, além de doações através do Fundo Social e da equipe de Assistência Social.
A Prefeitura de Itaquaquecetuba decretou estado de calamidade pública nesta segunda-feira devido aos impactos das chuvas. Até o momento, a cidade contabiliza 95 pessoas desabrigadas e 1.100 desalojadas, com aproximadamente 2.500 moradias afetadas. Os bairros mais prejudicados incluem Vila Japão, Vila Maria Augusta, Vila Sônia e Jardim Fiorelo, onde a prefeitura disponibilizou três abrigos para acolher as famílias atingidas.
Segundo levantamentos realizados pelas prefeituras da região, existem pelo menos 390 áreas consideradas de risco para alagamentos e deslizamentos. Em 2023, Itaquaquecetuba foi identificada como uma das dez cidades brasileiras mais impactadas por desastres naturais. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) monitora não apenas Itaquaquecetuba, mas também outras quatro cidades da região: Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Mogi das Cruzes e Poá. Esses municípios estão entre aqueles que recebem atenção prioritária do Governo Federal e possuem mapeamentos das áreas vulneráveis além da instalação de pluviômetros para monitoramento contínuo das chuvas.