Alcolumbre assume presidência do Senado e destaca a pacificação política

Novo presidente do Senado reforça compromisso com a independência da Casa e a busca por uma relação construtiva com o governo Lula.

  • Data: 02/02/2025 13:02
  • Alterado: 02/02/2025 13:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Alcolumbre assume presidência do Senado e destaca a pacificação política

Crédito:Saulo Cruz/Agência Senado

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Após ser eleito com um dos maiores votos da história, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) tomou posse como novo presidente do Senado, destacando a importância da pacificação e da construção de pontes entre os parlamentares. Em sua declaração inicial, Alcolumbre reafirmou seu compromisso de priorizar os interesses do Congresso, mesmo diante das pressões dos partidos envolvidos, como o PT de Lula e o PL de Jair Bolsonaro.

A relação entre o novo presidente do Senado e o governo Lula se apresenta repleta de desconfianças por parte dos integrantes do governo. Alcolumbre retorna ao cargo respaldado pelo apoio bolsonarista, enquanto já vislumbra a possibilidade de uma reeleição em 2027. Para manter esse suporte interno, ele deverá cumprir a promessa de garantir espaço para que a oposição tenha voz e possa desgastar a administração atual em um ano considerado crucial para as próximas eleições presidenciais.

Fontes próximas ao senador indicam que ele tem a intenção de dialogar diretamente com Lula, sem intermediários. A eficácia do governo no Senado, portanto, dependerá da disposição do petista em estabelecer uma boa comunicação com o novo presidente.

Alcolumbre se esforça para dissipar as dúvidas sobre sua postura. Durante uma conversa com Jaques Wagner (PT), líder do governo no Senado, ele argumentou que, em seu primeiro mandato, não dificultou o trabalho de Bolsonaro e que agora é hora de apoiar Lula. O senador foi enfático ao declarar: “Nenhum senador tem autoridade para atrapalhar a agenda do governo; esta será respeitada integralmente”.

O governo recebeu essa declaração positivamente, embora saiba que Alcolumbre não hesita em expressar suas intenções. Ele já é considerado influente por ter indicado dois ministros e diversos cargos em escalões inferiores. Além disso, sua capacidade de resolver questões variadas entre os colegas lhe conferiu um poder significativo, especialmente na distribuição de verbas orçamentárias.

Durante seu primeiro mandato como presidente do Senado, entre 2019 e 2021, Alcolumbre estabeleceu um modelo de alocação generosa de emendas parlamentares que beneficiaram as bases eleitorais de deputados e senadores. Contudo, essa prática gerou tensões entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

As declarações iniciais pós-vitória refletem sua defesa contínua das emendas. Uma fonte próxima mencionou que enquanto o Congresso não tiver garantias sobre seu controle financeiro, não se deve esperar apoio gratuito ao governo. Esse ponto é ainda mais relevante dado que a União Brasil enfrenta investigações desde dezembro passado. Embora Alcolumbre não seja diretamente implicado, há questionamentos sobre a atuação de sua equipe na liberação de recursos para empresários investigados.

Além da gestão orçamentária, aspectos eleitorais também influenciarão a dinâmica entre Alcolumbre e o governo. Aliados próximos ao presidente Lula reconhecem que o senador deve estar atento à popularidade do mandatário. No atual cenário adverso, acredita-se que ele evitará rompimentos abruptos enquanto também busca atender às demandas da oposição.

A gestão anterior de Alcolumbre na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi marcada pela aprovação rápida de propostas controversas e pelo uso assertivo do poder legislativo. Em sua campanha para a presidência do Senado, ele reiterou sua posição neutra em relação à votação de pautas relevantes.

Embora integrantes da oposição reconheçam a dificuldade em aprovar anistias ou processos de impeachment contra ministros do STF no curto prazo, Alcolumbre parece inclinado a evitar confrontos diretos durante este mandato. Sua relação amigável com Alexandre de Moraes poderá servir como um freio para ações extremas contra figuras políticas como Bolsonaro.

A avaliação feita por senadores consultados sugere que Alcolumbre retorna ao cargo mais maduro e equilibrado. As duas principais comissões estarão sob o comando de senadores experientes que têm laços estreitos com o governo federal.

A oposição planeja intensificar suas ações na Comissão de Segurança Pública sob Flávio Bolsonaro (PL-RJ), buscando marcar presença em temas sensíveis à opinião pública. Alcolumbre também se comprometeu a discutir medidas que visem restaurar os poderes do Senado em relação à Câmara dos Deputados.

Com um estilo menos formal e mais direto em comparação ao seu antecessor Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Davi Alcolumbre se mostra disposto a cumprir acordos estabelecidos enquanto navega pelas complexidades políticas atuais.

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  • Data: 02/02/2025 01:02
  • Alterado:02/02/2025 13:02
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