Hugo Motta e Davi Alcolumbre são eleitos presidentes da Câmara e do Senado

Deputado paraibano e senador amapaense assumem cargos com ampla vantagem e prometem defesa das prerrogativas do Congresso.

  • Data: 02/02/2025 07:02
  • Alterado: 02/02/2025 07:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Hugo Motta e Davi Alcolumbre são eleitos presidentes da Câmara e do Senado

O líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB)

Crédito:Mário Agra/Câmara dos Deputados

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O deputado Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, e o senador Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá, foram eleitos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente, em um pleito realizado no último sábado (1º). Ambos ocuparão seus cargos pelos próximos dois anos, reafirmando seu favoritismo nas eleições.

Com a eleição, a dupla comprometeu-se a priorizar os interesses do Congresso Nacional, especialmente na questão da distribuição de emendas parlamentares. Essa postura sugere que não haverá recuo nas tensões com o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre este assunto.

Motta e Alcolumbre conseguiram construir uma base de apoio que abrange tanto a situação quanto a oposição, garantindo assim votações expressivas. Apesar de alinhamentos pontuais com a agenda do governo Lula (PT), eles também deixaram claro que esperam manter um modelo de governança compartilhada com o Palácio do Planalto.

A eleição foi marcada por uma ampla vantagem para ambos os candidatos, algo raro nos últimos anos. A última ocasião em que as votações no Congresso ocorreram sem disputas acirradas foi em 2003, durante o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Davi Alcolumbre obteve 73 votos dos 81 senadores, alcançando a terceira maior votação na história do Senado desde a redemocratização. Seus concorrentes, o astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE), receberam apenas quatro votos cada. Este é o retorno de Alcolumbre ao cargo após uma pausa de quatro anos, desde sua primeira presidência entre 2019 e 2021.

Por outro lado, Hugo Motta recebeu apoio de 444 dos 513 deputados da Câmara. Seu principal concorrente, Marcel Van Hattem (Novo-RS), obteve 31 votos, enquanto Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) ficou com 22. Com apenas 35 anos, Motta se torna o presidente mais jovem da história da Câmara.

Ambos os líderes formaram alianças políticas que se estenderam desde o PT até o PL, partido de Jair Bolsonaro. Um momento curioso ocorreu quando Alcolumbre recebeu congratulações por telefone de figuras proeminentes de ambos os lados do espectro político logo após sua eleição.

Enquanto era cumprimentado no plenário por colegas senadores, o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP), passou um celular para Alcolumbre, permitindo uma breve conversa com o presidente Lula. Em seguida, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também ofereceu seu telefone para outra chamada rápida ao ex-presidente Bolsonaro.

No discurso que precedeu a votação, tanto Alcolumbre quanto Motta abordaram questões centrais relacionadas à proteção das prerrogativas e imunidade dos membros do Congresso. Esse tema é particularmente sensível à direita política, que critica as decisões do STF como arbitrárias.

Alcolumbre enfatizou a importância de manter um equilíbrio saudável entre os poderes, afirmando: “É essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário em nosso sistema democrático. Contudo, é igualmente indispensável garantir que o Legislativo possa exercer seu dever constitucional.”

Ele ainda pediu pelo cumprimento de acordos pré-estabelecidos entre os Poderes para evitar um ambiente político conflituoso e destacou a insatisfação entre os parlamentares em relação ao descumprimento por parte do STF sobre emendas discutidas anteriormente.

Hugo Motta reiterou a necessidade de proteger as prerrogativas parlamentares como um meio crucial para fortalecer a representatividade popular: “Cada deputado está diretamente ligado aos anseios daqueles que nos elegeram.”

Após sua vitória, Motta também enviou mensagens ao governo federal enfatizando a importância da estabilidade econômica para evitar crises sociais e criticou indiretamente a concentração de poder no Executivo.

Davi Alcolumbre afirmou estar disposto a colaborar com a administração Lula, destacando que nenhum senador deve interferir na agenda do governo: “A agenda escolhida na última eleição foi aquela apresentada pelo presidente Lula. O governo terá sua agenda totalmente respeitada.”

A partir deste contexto político renovado, observa-se uma expectativa otimista quanto à melhoria das relações entre o Executivo e o Legislativo. Após os resultados das eleições no Congresso, Lula parabenizou ambos os novos presidentes e afirmou que “um país avança quando suas instituições operam em harmonia”, sublinhando a importância de uma parceria produtiva entre os dois poderes.

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  • Data: 02/02/2025 07:02
  • Alterado:02/02/2025 07:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
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