Índice de Desenvolvimento das Famílias: Inpes apresenta os primeiros dados da região

Novo índice permite analisar a população das cidades de forma mais aprofundada, sob a ótica de uma pobreza multidimensional, e não somente baseada na renda e no grau de escolaridade.

  • Data: 25/09/2013 13:09
  • Alterado: 25/09/2013 13:09
  • Autor: Ana Paula Lazari
  • Fonte: USCS
Índice de Desenvolvimento das Famílias: Inpes apresenta os primeiros dados da região

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Aconteceu ontem (24), no Auditório da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), o lançamento do Índice de Desenvolvimento das Famílias do Grande ABC (IDF/GABC). No evento, o Gestor do Instituto de Pesquisa da USCS (Inpes), Prof. Leandro Prearo, apresentou ao público presente (estudantes, jornalistas e comunidade) os primeiros dados da pesquisa.

Criado para sintetizar as dimensões relevantes de pobreza e o conhecimento da realidade, o índice reúne seis dimensões sociais: ausência de vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, disponibilidade de recurso, desenvolvimento infantil e condições habitacionais. O resultado da pesquisa varia entre zero (para aquelas famílias na pior situação possível) e um (para as famílias na melhor situação).

Entre os resultados apresentados, destacam-se as seguintes informações:

* Considerando o valor de resultado da pesquisa no valor de 0 a 1 (da pior situação para a melhor situação possíveis), o IDF da Região do Grande ABC (0,763) situa-se abaixo do recorte ABC (0,777), em decorrência do resultado menor obtido pela Região composta pelos municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra (DMRR), ou seja, 0,741.

A partir das 6 dimensões estudadas pela pesquisa, pode-se destacar de cada uma delas:

1. DIMENSÃO AUSÊNCIA DE VULNERABILIDADE DAS FAMÍLIAS: Representa o volume adicional de recursos necessários para a satisfação de suas necessidades básicas. Os dados da pesquisa revelam vulnerabilidade menor (melhores condições) nas famílias do ABC em relação àquelas sediadas nas demais cidades da região (DMRR: Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra).

2. DIMENSÃO ACESSO AO CONHECIMENTO: Busca representar a potencialidade da família (meios) de alcance de maiores níveis de desenvolvimento. Para isso, é composta por indicadores relacionados a escolaridade dos adultos residentes e à qualificação profissional dos adultos no domicílio. O resultado para o ABC é mais favorável se comparado com as famílias das demais cidades da região (DMRR).

3. DIMENSÃO ACESSO AO TRABALHO: Busca representar a oportunidade que uma pessoa integrante da família tem de utilizar sua capacidade produtiva. Nesse sentido, o indicador Disponibilidade de Trabalho expressa essa oportunidade por meio da medição da presença de “mais da metade dos membros em idade ativa encontra-se ocupada”. A região do ABC apresenta 0,559 enquanto a região composta pelas cidades DMRR, obteve 0,534, demonstrando quadro favorável para o ABC. Por outro lado, a Região do ABC apresenta um número menor quando se considera o indicador Disponibilidade de Trabalho (ABC sendo 0,544 e DMRR, 0,558).

4. DIMENSÃO DISPONIBILIDADE DE RECURSOS: A dimensão contempla a mensuração de quatro indicadores: extrema pobreza (renda familiar per capita superior à linha da extrema pobreza – 1/4 salário mínimo); pobreza (meio salário mínimo per capita); capacidade de geração de renda (maior parte da renda familiar não advém de transferências do governo) e suficiência da renda (integrado ao estudo, pautando-se no salário mínimo necessário proposto pelo DIEESE). Sob essa ótica, o agregado das famílias do Grande ABC (0,805), tanto quanto o recorte para a Região do ABC (0,829) e de DMRR (0,768) apresentam índices considerados altos, impactados favoravelmente principalmente pela medição em cascata da renda per capita das famílias, no âmbito de acima de um quarto de salário mínimo e acima de meio salário mínimo.

5. INDICADOR DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL: Busca avaliar a garantia de oportunidades para o pleno desenvolvimento da criança.  Para isso, essa dimensão considerou 4 indicadores: trabalho precoce; acesso a escola; progresso escolar e mortalidade infantil. Os indicadores mostram uma situação altamente favorável do desenvolvimento infantil na Região do Grande ABC, ABC e DMRR, que lhe confere uma condição de “quase” auto evidência.

6. DIMENSÃO CONDIÇÕES HABITACIONAIS: Esta dimensão posiciona-se como o segundo resultado mais favorável de desenvolvimento das famílias da Região do Grande ABC, atrás somente da dimensão Desenvolvimento Infantil. Esta dimensão representa uma das principais dimensões das condições de vida de uma família, visto sua íntima relação com as condições de saúde. O resultado é favorecido mais intensamente pela condição de acesso aos serviços públicos – as famílias da região têm pleno acesso ao abastecimento de água, a energia elétrica e bastante elevado ao acesso à coleta de lixo. Os indicadores menos pontuados relacionam-se com o déficit habitacional (0,787) e a propriedade do domicílio (0,747) na região do Grande ABC.

Clique aqui para ter acesso baixar os dados detalhados em PDF.

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