Prefeito de SP defende muro da cracolândia no STF

Ricardo Nunes justifica construção de muro de 40 metros como medida preventiva para proteção e facilitação do trabalho de profissionais de saúde na área da cracolândia

  • Data: 21/01/2025 14:01
  • Alterado: 21/01/2025 14:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Prefeitura de SP
Prefeito de SP defende muro da cracolândia no STF

Crédito:Paulo Pinto/Agência Brasil

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, apresentou sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a construção de um muro de concreto de 40 metros que separa usuários de drogas da cracolândia do fluxo de pedestres e veículos. Em sua declaração, Nunes argumentou que a estrutura é parte de uma estratégia destinada a facilitar o trabalho dos profissionais de saúde na área.

Objetivos do Muro: Prevenção e Proteção

De acordo com Nunes, a edificação foi erguida com objetivos preventivos e protetivos, visando a redução do risco de acidentes, como atropelamentos. Ele ressaltou que os antigos tapumes metálicos que cercavam a região estavam sendo danificados pelos usuários, o que poderia resultar em situações perigosas.

A manifestação do prefeito responde a uma solicitação do ministro Alexandre de Moraes, que atendeu um pedido de parlamentares para que o muro fosse removido. Na última quinta-feira (16), Moraes exigiu explicações do prefeito em um prazo de 24 horas, notificado na segunda-feira (20).

Muro como Estratégia de Abordagem

Nunes enfatizou que “a colocação dos gradis na Rua dos Protestantes faz parte da estratégia adotada pela Prefeitura para facilitar o trabalho de abordagem dos profissionais da Saúde e da Assistência Social“. Essa medida visa permitir uma maior proximidade e visualização dos usuários, especialmente os mais vulneráveis, promovendo um aumento nas abordagens e no convencimento destes indivíduos em relação às ofertas e alternativas disponíveis para melhorar suas condições de saúde e bem-estar.

O prefeito defendeu ainda que as intervenções na região são baseadas no princípio da dignidade humana. “As ações realizadas incluem uma série de serviços complementares como acolhimento, tratamento de saúde mental, reinserção social e acesso a programas de assistência”, afirmou.

Antes da instalação do muro, segundo Nunes, muitos usuários estavam quase invisíveis entre as multidões. Com a nova estrutura, seria possível localizá-los e oferecer acompanhamento contínuo. Ele também destacou que os gradis visam criar um corredor para facilitar o trânsito de veículos e ambulâncias frequentemente acionadas para prestar atendimento aos usuários.

A questão chegou ao STF após uma petição apresentada pela deputada federal Luciene Cavalcante e pelos deputados estaduais Carlos Giannazi e Celso Giannazi, todos do PSOL. Eles argumentaram que a construção do muro promove exclusão social e impede a implementação efetiva de políticas públicas voltadas à população em situação de rua.

No esclarecimento enviado ao ministro Moraes, Nunes refutou essa alegação, afirmando que a medida é preventiva. O documento apresentado inclui mapas e fotografias evidenciando partes danificadas do antigo tapume.

Por fim, o prefeito reiterou que o muro erguido no ano passado tem dimensões inferiores aos tapumes metálicos anteriores e que se trata de uma área pública municipal onde é necessário organizar o uso e ocupação do solo pela administração municipal.

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  • Data: 21/01/2025 02:01
  • Alterado:21/01/2025 14:01
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  • Fonte: Prefeitura de SP









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