Alimentação natural pode ajudar no quadro de depressão e ansiedade de pets
Descubra como ingredientes naturais podem promover o bem-estar mental e emocional do seu pet, contribuindo para a redução de sintomas de ansiedade e depressão
- Data: 14/01/2025 12:01
- Alterado: 14/01/2025 12:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação/Freepik
Assim como os humanos, os pets também podem sofrer de ansiedade e depressão. Entre os sinais mais comuns estão comportamentos compulsivos ou diferentes, como latir excessivamente, lamber as patas, destruir objetos, fazer xixi e cocô fora do lugar, e ter medo de barulhos. Outros sintomas incluem perda de apetite ou de peso, isolamento, prostração, recusa em brincar, olhar triste e perdido, lambedura excessiva, automutilação e agressividade repentina.
Gabriela Corte Real, nutricionista veterinária de A Quinta Pet, foodtech especializada em alimentação natural para pets, explica como a incorporação de ingredientes naturais pode amenizar o quadro. Segundo ela, uma alimentação rica em nutrientes essenciais, não industrializados, pode desempenhar um papel crucial no comportamento desses animais de estimação, ajudando a promover o bem-estar emocional e mental.
A especialista também alerta para a importância de garantir uma dieta equilibrada, que atenda às necessidades nutricionais do pet. Além disso, recomenda observar as mudanças de comportamento do animal após a introdução dos novos ingredientes, pois as mudanças podem exigir ajustes na dieta ou uma avaliação mais profunda da saúde mental do pet.
“Importante salientar que, antes de tudo, é essencial consultar um veterinário ou zootecnista especializado em comportamento animal e distúrbios de comportamento ou depressão. A dieta será uma aliada e deverá ser prescrita por um profissional veterinário ou zootecnista,” acrescenta Gabriela.
Principais ingredientes e nutrientes benéficos para a saúde mental dos pets:
- Ácidos graxos ômega-3: encontrados em óleos de peixe, linhaça e algas. Possuem propriedades anti-inflamatórias, ajudando a reduzir a ansiedade, melhorar o humor e a função cerebral.
- Taurina: presente em carnes, peixes e ovos. Essencial para a saúde neurológica, ajudando a regular o humor e o comportamento. Sua deficiência está associada a problemas de comportamento, especialmente em gatos.
- Triptofano: encontrado em carnes como peru e frango, peixes, ovos, leite e laticínios. Precursor da serotonina, neurotransmissor que regula o humor. Aumentar sua ingestão pode ajudar a reduzir a ansiedade.
- Vitaminas do complexo B: presentes em carnes magras, fígado, grãos integrais e vegetais de folhas verdes. Essenciais para a saúde do sistema nervoso, colaborando na redução da ansiedade e da depressão.
- Proteínas de alta qualidade: provenientes de carnes, ovos e laticínios, fornecem os aminoácidos necessários para a produção de neurotransmissores essenciais para o comportamento.
- Fibras: encontradas em alimentos como abóbora, batata-doce, legumes e cereais integrais, que contribuem para a saúde intestinal. A relação entre a microbiota intestinal e a saúde mental, conhecida como “eixo intestino-cérebro”, pode ter implicações nos comportamentos dos pets.
- Antioxidantes: presentes em frutas como mirtilo e framboesas, e vegetais como cenoura e espinafre. Combatem o estresse oxidativo no cérebro, contribuindo para a melhoria do comportamento e a redução da depressão.
- Ervas e plantas calmantes como camomila, lavanda e valeriana promovem relaxamento. Podem ser usadas em forma de infusões ou extratos, mas sempre com a orientação de um veterinário.
- Suplementos naturais como 5-HTP (5-hidroxitriptofano), L-teanina e extrato de erva de São João (Hypericum perforatum) são conhecidos por ajudar a reduzir a ansiedade e podem ter efeitos semelhantes em animais, mas devem ser utilizados com orientação veterinária.
Gabriela orienta como iniciar a incorporação dos ingredientes: “Caso a opção seja tratar o distúrbio de comportamento apenas, e não fazer a transição completa da dieta industrializada para a natural, o ideal é informar o veterinário ou o zootecnista especializado para que possa ser formulada uma dieta específica para a situação, considerando os ingredientes acima. Caso o intuito seja fazer a transição completa, recomendamos fazer de forma gradativa, substituindo uma pequena parte da ração comercial pela alimentação natural (10-20% da refeição) e ir aumentando essa proporção ao longo de 7 a 14 dias, evitando desconfortos gastrointestinais.”
Gabriela também participa da iniciativa ‘Maria’, da A Quinta Pet, uma assistente virtual gratuita criada para orientar tutores na inserção de ingredientes naturais na dieta de cães.