INDEPENDÊNCIA… OU MORTE?
Por Hitoshi Hyodo
- Data: 06/09/2013 10:09
- Alterado: 06/09/2013 10:09
- Autor: Redação
- Fonte: Souza Franco
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Dia 7 de setembro é celebrado o Dia da Independência do Brasil. Sob aspecto histórico, em 1822 desta data, D. Pedro de Alcântara Bragança, futuro D. Pedro I, às margens do riacho do Ipiranga bradou o famoso “Independência ou Morte!” se rebelando contra a Corte Portuguesa.
Passados mais de 190 anos deste momento relevante da história do país, remeto à reflexão de quanto independente nós estamos ou somos.
Como podemos dizer que somos independentes, à medida que temos dependência de um sistema de saúde público precário, com educação de base que não dá condições de desenvolvimento aos nossos jovens, com transportes públicos de péssima qualidade e onde não temos independência nem muito menos segurança de ir e vir? Que país é esse onde um amigo não pode andar de moto, outro não pode deixar o carro próximo a um shopping e outro não pode varrer a calçada de sua casa, sem serem covardemente assaltados por marginai, sendo violados em suas condições mais básicas de segurança e integridade pessoal?
Como podemos nos orgulhar de um país onde corrupção faz parte do dia-a-dia deixando de ser algo anormal, absurdo e escandaloso para se tornar lugar comum, onde impunidade é uma realidade motivadora para estes corruptos e bandidos? Como podemos dizer que temos justiça quando vemos criminosos em liberdade e cidadãos honestos presos em suas casas? Como dizer que somos felizes quando saímos para trabalhar ou estudar sem saber se voltaremos para casa? Ou viver preocupados com o retorno de nossos filhos do trabalho e da escola à noite?
Como podemos dizer que vivemos num país desenvolvido e próspero à medida que mais de um terço de nosso trabalho vai para pagamento de impostos e não conseguimos ter o retorno desses recursos em serviços públicos dignos? São mais de R$ 1 trilhão de reais arrecadados em impostos até o momento neste ano e que significam algo em torno de R$ 48 mil por segundo. É isso mesmo, POR SEGUNDO! Quanto deste imposto está retornando efetivamente para melhorar sua vida, nossas vidas?
As mobilizações recentes oxigenaram o país com esperança, apesar dos baderneiros infiltrados. À época trouxe preocupação (felizmente) à classe política e deu um pequeno impulso por responsabilidade, honestidade e resposta à sociedade. Temo que isso fique como um fato isolado na história do país e que caia em profundo esquecimento, como desejam alguns.
Por fim, “vergonha” foi uma palavra recentemente empregada pelos políticos que promoveram a absolvição da cassação do mandato do deputado presidiário Donadon, mas foram esses mesmos políticos que possibilitaram essa escandalosa e absurda situação sob a proteção do voto secreto. Agora tentam minimizar ou atenuar a situação, mas mostra claramente o nível do parlamento que temos.
Bem, espero que chegue logo o dia em que possamos festejar o Dia da Independência do Brasil com um país desenvolvido pela sua base, seu povo e com representantes políticos à altura do país. E que deixe de ser apenas um feriado do calendário para se tornar uma data de reflexões e mudanças efetivas.
Hitoshi Hyodo é Dir. Titular do CIESPSBC e do DEPARSBC/ Pres. do Conselho Consultivo SESI/SENAI SBC