PM acusado de arremessar entregador de ponte em SP já foi envolvido em caso de homicídio
Caso provoca indignação e investigações intensas da Corregedoria e Ministério Público
- Data: 05/12/2024 09:12
- Alterado: 05/12/2024 09:12
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Crédito:Reprodução - TV Globo
Um soldado da Polícia Militar de São Paulo está sob investigação após ser filmado arremessando um entregador de uma ponte na Vila Clara, Zona Sul da capital paulista. O incidente gerou indignação e levou à mobilização de diversas autoridades, incluindo a Corregedoria da PM e o Ministério Público.
O policial envolvido, Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, já havia sido indiciado em outro caso de homicídio ocorrido em Diadema, onde um homem foi morto a tiros. No entanto, este caso foi arquivado no início do ano, com o Ministério Público alegando legítima defesa do policial.
Atualmente servindo nas Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), Luan enfrenta um novo pedido de prisão feito pela Corregedoria da PM à Justiça Militar. O pedido veio após a Corregedoria assumir a investigação do Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o incidente da ponte. As imagens que mostram o momento em que o entregador é jogado foram amplamente divulgadas e utilizadas como evidência no inquérito.
A vítima, identificada apenas como Marcelo, tem 25 anos e trabalha como entregador. Ele foi socorrido por moradores locais após cair no córrego. Segundo relatos, a abordagem ocorreu durante uma operação policial para dispersar um baile funk na região.
O Ministério Público paulista também iniciou uma investigação paralela. Promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública requisitaram documentos e perícias à Polícia Civil para aprofundar o caso. Além disso, recomendaram medidas ao comandante-geral da Polícia Militar para prevenir futuros abusos durante abordagens policiais.
O episódio gerou reações de figuras públicas importantes. O governador Tarcísio de Freitas afirmou que atos como o do policial “não estão à altura” do uniforme da PM e prometeu punição rigorosa. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, também condenou a ação, destacando que ela mancha o legado da instituição.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, classificou as imagens como “estarrecedoras” e garantiu esforços para punir os responsáveis. A Secretaria de Segurança Pública reiterou seu compromisso com a legalidade e anunciou a abertura imediata de um inquérito policial militar para apurar os fatos.
Até o momento, 13 policiais foram afastados das ruas enquanto prosseguem as investigações. Todos usavam câmeras corporais durante a operação, cujas gravações serão fundamentais para elucidar os acontecimentos daquela noite.