Marina Silva destaca urgência de uma meta financeira global na COP29 para enfrentar mudanças climática
Ela lembrou que a COP29 determinará o caminho para a ação até a COP30
- Data: 21/11/2024 14:11
- Alterado: 21/11/2024 14:11
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Divulgação
Na véspera do encerramento da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada em Baku, Azerbaijão, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, enfatizou a urgência de um consenso global sobre a Nova Meta Quantificada Global de Finanças (NCQG). Em seu pronunciamento, Silva destacou que o financiamento adequado é crucial para assegurar avanços nas negociações climáticas.
“Aqui em Baku, o foco deve ser o financiamento. Esta conferência é fundamental para a NCQG, que abrirá caminho para maiores ambições e implementações na COP30. O objetivo de limitar o aquecimento a 1,5 grau Celsius não é apenas desejável, mas um imperativo ético inegociável, conforme a ciência nos indica, ainda que seja considerado desafiador por alguns“, afirmou a ministra.
A declaração de Marina Silva ocorreu logo após a divulgação de um relatório pelo órgão gestor da convenção climática (UNFCCC), que sugere a necessidade de entre US$ 5,036 trilhões e US$ 6,876 trilhões até 2030. Isso se traduziria em um aporte anual de US$ 455 bilhões a US$ 584 bilhões, substituindo os US$ 100 bilhões anuais previstos para o período de 2020 a 2025.
O relatório não fixa uma quantia exata, mas indica que as necessidades financeiras superarão trilhões de dólares anualmente. “Precisamos de um alinhamento robusto entre meios de implementação e financiamento. Esta é a conferência dos mecanismos de implementação e financiamento. Já temos um processo para monitorar nossas metas de limitar o aquecimento global. É igualmente necessário um mecanismo para avaliar se o financiamento está correspondendo à magnitude desse desafio”, reiterou Silva.
Em seu discurso, a ministra também mencionou os progressos relacionados ao Artigo 6 da Convenção, que aborda o mercado de carbono, e destacou a importância de integrar discussões sobre desertificação, biodiversidade e mudanças climáticas.
Marina Silva sublinhou que as decisões tomadas em Baku pavimentarão o caminho até a COP30 no Brasil. Até lá, os países deverão apresentar suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) com metas mais ambiciosas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. A ministra reforçou que o estabelecimento de uma meta financeira é crucial para avaliar se as ações estão alinhadas com os discursos e objetivos globais.
“A definição dessa meta financeira revelará se nossas ações são coerentes com nossos discursos sobre mitigação e transformação dos modelos insustentáveis de desenvolvimento que precipitaram esta crise climática prejudicial, especialmente para os países em desenvolvimento”, concluiu Marina Silva.
O encerramento oficial da COP29 está previsto para as 18h desta sexta-feira (22) no horário local de Baku (11h em Brasília). Contudo, há expectativas de que as discussões financeiras prolonguem-se até a madrugada seguinte no Azerbaijão.