Saguis são resgatados e recebem cuidado e carinho no Orquidário de Santos
A recuperação desses animais só foi possível graças à ação eficaz dos guardas civis municipais de Santos, que prenderam suspeitos pelo furto em 13 de outubro
- Data: 11/11/2024 19:11
- Alterado: 11/11/2024 19:11
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de Santos
Saguis
Crédito:Reprodução - Carlos Nogueira/PMS
No Orquidário Municipal de Santos, a equipe do hospital veterinário lida frequentemente com histórias notáveis de resiliência animal, protagonizadas por criaturas que, se pudessem comunicar-se verbalmente, expressariam sua gratidão. Um exemplo marcante é o dos dois filhotes de sagui, com apenas um mês de vida, que enfrentaram uma experiência traumática após um incidente de furto envolvendo um papagaio e três outros saguis no parque. Todos os animais foram recuperados e readmitidos no local, enquanto os dois jovens saguis, sob os cuidados dos profissionais do Orquidário, já começam a superar o trauma inicial.
No dia 15 de outubro, esses filhotes chegaram ao Orquidário sem a presença da mãe, que não foi localizada. Estima-se que sejam um casal da espécie Sagui-de-tufo-branco, identificados pelos pelos claros nas orelhas. Embora não fossem habitantes do parque anteriormente, receberam acolhimento imediato para tratamento especializado.
Paula Rocha, chefe da unidade veterinária do Orquidário, relembra os eventos com um misto de tristeza e alívio pela atual condição dos animais. “Eles foram encontrados em uma pequena gaiola junto aos outros saguis roubados. Os pequenos estavam amontoados e até pisoteados devido ao espaço limitado”, relata.
O afastamento desses filhotes de sua mãe é especialmente cruel, dado que saguis vivem em grupos familiares e dependem intensamente da figura materna para sobrevivência e aprendizado. Sem a mãe, perdem a capacidade de aprender habilidades essenciais como caçar frutos, tornando inviável sua reintegração à natureza.
Os cuidados no Orquidário são meticulosos: os filhotes recebem alimentação horária com leite específico e suplementos vitamínicos. Com o tempo, sua dieta será gradualmente diversificada com frutas macias e rações adequadas para primatas. O ambiente proporcionado inclui uma gaiola espaçosa para brincadeiras, caixas aconchegantes para descanso e uma rede para relaxamento. Sob supervisão cuidadosa, têm momentos diários de liberdade controlada para explorar o hospital.
Pesando cerca de 100 gramas cada um, esses pequenos peludos desfrutam do carinho das equipes veterinárias e biólogas, frequentemente aninhando-se nos ombros e braços de Paula Rocha. A conexão entre eles é palpável; embora não possam falar, expressam sua confiança e afeição através do olhar.
Quanto ao futuro dos saguis no Orquidário, ainda não está totalmente definido. “Dependemos da evolução deles. Sabemos que não podemos mais liberá-los na natureza devido à separação precoce do cuidado parental”, explica Paula. A possibilidade de acomodá-los permanentemente ou transferi-los para outro local adequado será avaliada.
Até essa decisão ser tomada – um processo que pode levar anos – os saguis continuarão sob os cuidados dedicados dos profissionais. Dentro de alguns meses, prevê-se que estejam prontos para interagir com outros saguis no parque. Para garantir sua identificação adequada, todos os animais abrigados são marcados com anilhas e microchips.
A recuperação desses animais só foi possível graças à ação eficaz dos guardas civis municipais de Santos, que prenderam suspeitos pelo furto em 13 de outubro. Além dos saguis e do papagaio furtados naquela madrugada, outros quatro saguis também foram apreendidos em posse dos infratores.
Este episódio marcou o primeiro furto registrado no Orquidário, que agora opera sob medidas reforçadas de segurança. O público é incentivado a denunciar quaisquer atividades suspeitas ou crimes ambientais pelo telefone 153 (GCM).
Atualmente em recuperação, os filhotes aguardam um futuro mais promissor enquanto o papagaio devolvido já está reabilitado e saudável. Os demais saguis também demonstram progresso satisfatório após o trauma sofrido. As duas fêmeas adultas resgatadas estão se adaptando ao novo ambiente antes de serem castradas para integração total ao grupo.
O Orquidário continua recebendo animais resgatados por entidades como a Guarda Civil Municipal (GCM), Polícia Ambiental e Corpo de Bombeiros. Atualmente abriga cerca de 30 animais em tratamento veterinário especializado.
Localizado na Praça Washington s/nº, José Menino, o parque está aberto ao público de terça a domingo das 9h às 18h. As entradas custam R$10 (inteira) e R$5 (meia-entrada), disponível para estudantes e professores mediante apresentação de documento. Crianças entre 8 e 12 anos têm direito à meia-entrada e pessoas acima dos 65 anos entram gratuitamente.