Programa federal incentiva acolhimento de pessoas com autismo em aeroportos
O governo federal lança programa para criar 20 salas multissensoriais em aeroportos até 2026.
- Data: 05/11/2024 20:11
- Alterado: 05/11/2024 20:11
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Antônio Cruz/Agência Brasi
O governo federal anunciou um programa que visa melhorar o atendimento de passageiro com transtorno do espectro autista nos aeroportos brasileiros.
A proposta, liderada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, é instalar ao menos 20 salas multissensoriais até 2026. O plano da pasta prevê também capacitação dos profissionais do setor e propagandas de conscientização para os demais passageiros.
As salas terão, segundo o programa, estímulos sensoriais visuais, táteis e auditivos, e também áreas com ambientes tranquilos e estímulos reduzidos, para acolher passageiros durante uma crise.
O programa se inspirou em duas salas sensoriais que foram instaladas nos aeroportos de Florianópolis (SC) e Vitória (ES). A iniciativa do governo Lula não deve gerar custos os cofres públicos. O plano prevê que os investimentos sejam realizados pelas próprias concessionárias que administram os aeroportos.
O transtorno do espectro autista (TEA) é um conjunto de condições que afetam o desenvolvimento, com três características que podem aparecer em diferentes proporções, em conjunto ou isoladas: alterações na fala, dificuldade de socialização e comportamento repetitivo e estereotipado.
O autismo não possui um diagnóstico único. As primeiras manifestações podem aparecer na infância, mas existem também casos de diagnósticos na vida adulta.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, cerca de 200 mil pessoas com TEA circulam pelos aeroportos do Brasil mensalmente.
Nos últimos anos, os avanços da medicina diagnóstica e também a maior conscientização sobre o tema têm levado a uma expansão do que é considerado hoje o espectro, refletindo assim no aumento de casos de autismo.
Não há dados nacionais de incidência de autismo no Brasil, mas as estimativas da Opas, braço pan-americano da OMS (Organização Mundial da Saúde), apontam uma média de 1 em 160 crianças (0,6%). A intensidade do espectro autista pode variar de acordo com o nível de comprometimento no desenvolvimento, dos mais leves aos mais graves.
“Hoje, ao anunciar essa iniciativa, estamos dando um sinal claro ao Brasil da importância das concessionárias não só para o desenvolvimento econômico e geração de emprego, mas, sobretudo, para um olhar social”, disse o ministro da pasta de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. O anúncio ocorreu durante o evento Airport National Meeting 2024, realizado em Brasília.