Quem pratica ilícito na eleição, responde juridicamente, diz Cármen Lúcia sobre fala de Tarcísio
Cármen Lúcia, presidente do TSE, comentou sobre as declarações sem provas do governador Tarcísio de Freitas
- Data: 28/10/2024 20:10
- Alterado: 28/10/2024 20:10
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Valter Campanato/Agência Brasil
A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cármen Lúcia, disse que as eleições municipais de 2024 foram realizadas em clima de tranquilidade e mostraram que o Brasil tem instituições sólidas.
“Dá demonstração de que clima de violência, intolerância, desinformações como foram tentando recriar, inventar, fraudar dados, é algo fora do comum”, afirmou a ministra à imprensa na noite deste domingo (27), após a divulgação dos resultados do pleito.
Cármen Lúcia foi questionada após a afirmação sem provas feita pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre uma suposta orientação de voto do PCC a Guilherme Boulos (PSOL). “Se foi judicializado, não posso comentar”, disse ela.
“O que a Justiça Eleitoral faz é dar cumprimento à lei. Quem pratica qualquer ilícito no dia da eleição ou antes, responde juridicamente”, declarou ainda a ministra.
A ministra disse que a abstenção aumentou no segundo turno, mas que os dados ainda estão sob análise. “Houve aumento de abstenção no segundo turno, isso também foi identificado. Em 2020, tivemos quase 31%, e pelo menos até aqui está dando entre 28% e 30%.”
A ministra afirmou que a eleição deste ano é um “atestado” de que a democracia brasileira tem instituições “sólidas, seguras”. “Queremos a monotonia democrática. Para depois todo mundo ir para as suas casas”, declarou.
Disse ainda que foram utilizadas cerca de 97,3 mil urnas, sendo que 0,12% delas foram trocadas. A ministra afirmou que foram abertos oito inquéritos e registradas 23 ocorrências durante a votação.
“O número de denúncias de irregularidades foi menor do que a média, especialmente do primeiro turno”, disse Cármen Lúcia.
O segundo turno em São Paulo ficou marcado pela declaração sem provas de Tarcísio contra Boulos. O candidato do PSOL reagiu, chamou a fala de criminosa e entrou com ação na Justiça Eleitoral pedindo a cassação e inelegibilidade de Tarcísio e do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo governador, foi reeleito ao comando do município.