Ministério Púbico faz operação contra fraudes na Câmara e na Prefeitura de Guarujá
Investigação vê indícios de favorecimento de agentes públicos com pagamento de propina para viabilizar esquema
- Data: 01/10/2024 12:10
- Alterado: 01/10/2024 12:10
- Autor: Redação
- Fonte: Francisco Lima Neto/Folhapress
Crédito:Helder Lima/Prefeitura do Guarujá
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, cumpre 26 mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (1º), em investigação contra supostas fraudes em licitações na Câmara Municipal e na Prefeitura de Guarujá, na Baixada Santista.
Três vereadores, que não tiveram os nomes divulgados, e um empresário estão entre os alvos dos mandados.
Batizada de Hereditas, a operação integrada com a Polícia Civil detectou indícios de fraudes em licitações e possível favorecimento de agentes públicos com pagamento de propina para viabilizar o esquema. Prefeitura e Câmara foram procuradas pela reportagem, mas não responderam até a publicação deste texto.
“Uma das empresas beneficiadas com as fraudes pertencia a uma notória liderança do PCC, que foi assassinada a tiros na noite de 12 de março de 2024”, afirmou a Promotoria.
O empresário Claudio Fernando de Aguiar, candidato pelo Novo à Prefeitura de Guarujá pelo Novo, é um dos alvos da operação. Ele, que tem um grupo de comunicação com 34 canais de TV e cinco rádios, diz não ter “nada a esconder”.
“A gente ficou muito contente com a presença do Gaeco no município para investigar todos os contratos da Câmara. A minha é uma das empresas que tem um contrato lá. É um contrato que nós ganhamos a licitação pelo menor preço, não temos nada a esconder”, afirmou Aguiar.
Ele criticou, contudo, a realização da operação às vésperas da eleição. “Uma irresponsabilidade fazer isso no período eleitoral, eu sendo candidato.” A operação contou também com apoio da Polícia Militar. Participaram da ação 15 integrantes do Ministério Público, 76 PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), do COE (Centro de Operações Especiais) e do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), e 50 policiais civis da Delegacia Seccional de Praia Grande e do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas).