Tratamento de doenças psiquiátricas é fundamental na prevenção do suicídio

A campanha Setembro Amarelo combate o estigma do tema e estimula a busca por atendimento profissional em casos de saúde mental

  • Data: 23/09/2024 11:09
  • Alterado: 23/09/2024 11:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Hospital São Camilo
Tratamento de doenças psiquiátricas é fundamental na prevenção do suicídio

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No dia 10 de setembro profissionais de saúde, governos e entidades civis de todo o mundo se mobilizam em torno do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e dos cuidados com a saúde mental. Como problema de saúde pública, com impactos psicológicos, sociais e econômicos para o paciente e às pessoas de seu entorno, pesquisa de 2019 da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, com uma estimativa de um milhão de casos se forem contadas as subnotificações.

No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, o que dá uma estimativa média de 38 pessoas que se suicidam por dia. Não falar sobre o problema abertamente e a falta de cuidados profissionais estão entre os principais fatores para as mortes. Durante todo o mês, a campanha do Setembro Amarelo dissemina ações preventivas e de promoção de saúde, diagnóstico, tratamento e redução de doenças mentais, com consequente efeito positivo na prevenção de tentativas de suicídio.

“Muitos dos casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. A maior parte desses episódios poderia ter sido evitada com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado”, esclarece a psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra Aline Sabino.

O Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo. “Devemos atuar ativamente na conscientização do valor da vida e que, independente das circunstâncias, podemos ajudar uns aos outros. O suicídio ainda é visto como tabu e por isso é importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida é sempre a melhor escolha”, comenta a especialista.

Dra. Sabino também explica que quando uma pessoa decide encerrar a própria vida, seus pensamentos e ações estão em estado limitado e rígido, e que fica incapaz de perceber outras formas de lidar com os problemas. “A visão da realidade é distorcida pelo sofrimento emocional”, pontua.

A conscientização da população é a melhor forma para lutar contra esse problema tão grave. As pessoas devem saber identificar indícios de que alguém está precisando de ajuda e pensando em se matar. “Ouvir sem julgar, estar disponível para ajudar e demonstrar empatia, encaminhando ao profissional de saúde, deve ser a atitude ao notar algum sinal de tendência suicida”, esclarece.

Conheça os sinais para identificar pessoas com tendência suicida

Os sintomas podem ser claros ou sutis. Identificar esses sinais e levá-los a sério ajudarão essas pessoas a ter ajuda de profissionais de saúde para dar o devido tratamento.

Sinais explícitos

  • Falar sobre suicídio, morte, se matar ou desejo de estar morto;
  • Fazer ameaças de suicídio;
  • Buscar meios para cometer o ato, como comprar armas ou medicamentos;
  • Escrever sobre a morte, suicídio ou se despedir das pessoas.

Sinais sutis

  • Mudanças incomuns no comportamento, como ficar agressivo ou repentinamente calmo;
  • Alterações nos padrões de sono, como dormir muito ou ter insônia;
  • Sentir-se desesperançoso ou sem razão para viver;
  • Sensação de ser um fardo para os outros;
  • Incapacidade de lidar com os problemas da vida cotidiana;
  • Se afastar de amigos e familiares;
  • Perder o interesse em atividades que antes lhe davam prazer;
  • Dar adeus a entes queridos como se fosse a última vez;
  • Colocar os assuntos em ordem, como fazer testamento.

Pessoas com transtornos mentais não tratados, especialmente depressão, transtorno bipolar e transtorno de personalidade, têm maior risco de comportamento suicida. Fatores de risco adicionais incluem doenças crônicas, dor, histórico de tentativas anteriores, exposição ao suicídio de outros e situações de vida estressantes.

“Se você suspeita que alguém próximo pode estar com tendência suicida, não hesite em perguntar diretamente sobre seus pensamentos e sentimentos. Demonstre compreensão, ofereça apoio e ajude a pessoa a buscar ajuda de um psiquiatra ou psicólogo imediatamente, pois todos os sinais de suicídio devem ser levados a sério”, afirma a Dra Sabino.

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  • Data: 23/09/2024 11:09
  • Alterado:23/09/2024 11:09
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  • Fonte: Hospital São Camilo









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