Dólar abre em queda nesta sexta após divulgação da inflação no Brasil
Por volta das 9h05, a moeda norte-americana caía 0,39%, cotada a R$ 5,5517
- Data: 09/08/2024 10:08
- Alterado: 09/08/2024 10:08
- Autor: Redação
- Fonte: FOLHAPRESS
dólar
Crédito:Valter Campanato/Agência Brasil
O dólar abriu em queda nesta sexta-feira (9), conforme os investidores digeriam os dados de inflação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados mais cedo pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Por volta das 9h05, a moeda norte-americana caía 0,39%, cotada a R$ 5,5517. Mais cedo, o IBGE divulgou que a inflação acelerou a 0,38% em julho, pressionada pelas altas na gasolina e na passagem aérea.
Além dos dados da variação de preços, os investidores avaliam a recuperação do mercado na busca por ativos de risco, após a queda em série que houve na segunda-feira (5).
Os mercados passaram por uma semana turbulenta, desencadeada em grande parte pelos números surpreendentemente fracos do relatório de empregos nos EUA há uma semana, que fizeram com que as ações globais caíssem, enquanto a demanda por ativos seguros fez com que o iene atingisse o maior valor desde o início do ano na segunda-feira.
O índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,08%, a 103,200.
Na quinta-feira, o dólar fechou em queda de 0,90%, a R$ 5,573, e a Bolsa subiu 0,90%, aos 128.660 pontos. O dia foi de alívio para os investidores, após novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos afastarem temores de recessão.
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que o número de pedidos de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada, para 233 mil. A expectativa de economistas consultados pela Reuters era de 240 mil.
Os pedidos vinham apresentado uma tendência de alta desde junho, com parte do aumento atribuída a volatilidade relacionada a paralisações temporárias das fábricas de veículos automotores para reequipamento e aos impactos causados pelo furacão Beryl, no Texas.
O relatório, um dos únicos da agenda macroeconômica da semana, era amplamente aguardado pelo mercado em meio a temores de que a maior economia do mundo estaria a caminho de uma recessão, após dados de emprego fracos na sexta-feira passada.
Com os números, a interpretação é que a economia segue em abrandamento gradual, e não em processo de desaceleração acentuado.
“O mercado agora tentará adivinhar se a economia está aquecendo ou desacelerando, avançando ou contraindo, a cada nova leitura”, diz Rodrigo Moliterno, especialista em renda variável da Veedha Investimentos.
Em resposta, Wall Street fechou em forte alta. O Dow Jones subiu 1,76%, enquanto o S&P 500 e Nasdaq Composite avançaram 2,30% e 2,87%, respectivamente.
O bom humor do exterior endossou a performance positiva na Bolsa brasileira. “O Ibovespa conseguiu continuar a recuperação e busca a máxima deixada na quinta-feira da semana passada, em 128.700 pontos”, afirmaram analistas do Itaú BBA em relatório enviado a clientes.
“A grande dúvida é se o Ibovespa terá condições e fluxo para conseguir ultrapassar e seguir em direção à próxima barreira de médio prazo situada entre os 130.000 e 131.700 pontos.”
Uma nova bateria de balanços também foi destaque. O Banco do Brasil reportou lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões no segundo trimestre, acima das projeções de R$ 9,25 bilhões de analistas consultados pela Bloomberg.
O resultado é 8,2% maior que o do mesmo período de 2023 e 2,2% superior ao registrado entre janeiro e março deste ano. A estatal também comunicou o pagamento de R$ 2,6 bilhões em dividendos.
No entanto, o índice de inadimplência relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada voltou a crescer e finalizou junho em de 3%, depois de ter caído de 2,92% ao fim de 2023 para 2,90% em março.
As ações do BB, que chegaram a cair mais de 3% pela manhã, desaceleraram queda para 0,42% no final do dia.
A Embraer também publicou os resultados do último trimestre. A fabricante de aviões teve um aumento de 50,6% no lucro líquido ajustado na comparação com o mesmo período do ano passado, a R$ 416 milhões. As receitas avançaram 23%, e o faturamento líquido atingiu R$ 7,85 bilhões entre abril e junho deste ano.
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