Estudo revela que cerca de 90% dos lares paulistas têm acesso à internet
Pesquisa da Fundação Seade indica aumento do acesso à internet no território paulista, expansão da infraestrutura das tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e ampla adesão de usuários aos serviços oferecidos pelo governo eletrônico
- Data: 01/08/2024 14:08
- Alterado: 01/08/2024 14:08
- Autor: Redação
- Fonte: Seade
Crédito:Helber Aggio
Estudo da Fundação Seade destaca que 88% dos lares no estado de São Paulo possuíam acesso à internet em 2023. Os números comprovam o aumento da conectividade no território paulista em relação a 2019, quando houve o início das séries apresentadas. O crescimento em relação ao início da série também foi verificado em relação à conexão nos domicílios paulistas: em sua maior parte, 74% das residências com acesso à internet o fazem por banda larga fixa.
A análise é amparada pelos resultados da pesquisa TIC Domicílios 2023, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br-NIC.br). O material reúne um conjunto de informações sobre infraestrutura tecnológica nos domicílios paulistas, acesso à internet e usos de governo eletrônico por parte de seus residentes.
Houve queda na modalidade de conexão móvel nos lares paulistas. Na comparação com 2019, a conexão via modem ou chip 3G ou 4G respondia por 22% dos acessos. Em 2023, essa proporção caiu para 16% de unidades conectadas por banda móvel. Ainda que declinante, perdura a existência de residências optantes pelo modelo, sugerindo acesso por meio de um plano de celular, mais comum nos lares das classes D/E.
O estudo ainda aponta incremento do acesso por múltiplos dispositivos (celular, computador de mesa, notebook e tablet): em quase metade dessas residências há presença de computador e os notebooks são os equipamentos mais encontrados. Em torno de oito a cada dez domicílios paulistas das classes A/B dispõem de computador, enquanto nas classes D/E apenas uma a cada dez moradias possuem o equipamento.
Acesso individual
Pela primeira vez, a série analisada mostra a tendência de crescimento no acesso individual à internet: 88% dos residentes no Estado são considerados usuários da rede, incremento de nove p.p. em relação à 2022. Respeitando as peculiaridades estatísticas inerentes aos modelos amostrais, os dados sugerem que, em 2023, houve ampliação no acesso entre os seguintes segmentos: com 60 anos ou mais, com Ensino Fundamental e das classes D/E. Trata-se de segmentos tradicionalmente menos conectados e que passaram a utilizar a rede.
A incorporação da internet ao cotidiano das pessoas, como por exemplo o uso de aplicativos de mensagens, ajudam a explicar a intensificação do acesso. Em decorrência disso, houve decréscimo entre os residentes que declararam nunca ter acessado a internet, 8%, em 2023. Podem ter influenciado esse comportamento fatores como a ampliação da cobertura de domicílios com acesso à internet, especialmente naqueles cujos residentes são das classes D/E, e a crescente oferta on-line de produtos e serviços digitais, além do comércio eletrônico.
Governo eletrônico
No período pesquisado, o acesso ao governo eletrônico em São Paulo é proporcionalmente superior ao verificado no Brasil. Em 2023, no Estado de São Paulo, em torno de oito a cada dez usuários da internet utilizaram governo eletrônico para realizar serviços ou buscar informações nos 12 meses que antecederam a pesquisa. Esses resultados registram ligeiro acréscimo em relação a 2021, reforçando a ampla adesão dos usuários da web a essa modalidade de serviço.
Ao facilitar e agilizar o acesso aos serviços públicos, a opção pelo governo eletrônico pode ser compreendida como parte da inclusão digital já que proporciona benefícios tais como: obtenção de documentos, pagamento de impostos, consulta de informações governamentais entre outros procedimentos administrativos.
Domicílios sem internet
Nos domicílios paulistas desconectados, de acordo com o estudo, os principais motivos para a falta de conexão à rede são: desconhecimento de uso da internet pelos moradores (23%), custo elevado (19%) e falta de interesse (14%). O acesso é influenciado por fatores socioeconômicos e demográficos, sendo menor entre idosos e classes sociais D/E. No Brasil, o comportamento é similar: um quarto dos domicílios que não têm acesso à internet apresentam como principal razão o fato de se tratar de algo muito caro, seguida da afirmação de não saber como usá-la (23%). O custo e a falta de habilidade parecem explicar quase a metade dos eventos de exclusão digital, figurando como os principais entraves no acesso aos benefícios da rede, requerendo atenção ao letramento digital como parte de políticas públicas voltadas ao uso das novas tecnologias.