Dexter e Criolo no aniversário da Casa do Hip Hop de Diadema
Mais de duas mil pessoas passaram pela Casa do Hip Hop de Diadema nos festejos de 14 anos de atividade do espaço cultural.
- Data: 01/08/2013 08:08
- Alterado: 01/08/2013 08:08
- Autor: Iara S. Luz
- Fonte: PMD
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O ponto alto da festa foram as apresentações dos cantores Dexter e Criolo que vieram até Diadema para prestigiar o primeiro espaço público no País a utilizar a Cultura Hip Hop como base para formação e divulgação. A Casa foi fundada no dia 29 de julho de 1999.
A festa começou na última sexta-feira (26/7) com batalha de MC’s na Praça Lauro Michels, no Centro de Diadema. No sábado (27/7) foi realizado o “1º Encontro das Casas de Hip Hop”, com participação de oitos cidades do interior paulista. O encontro visou à criação de uma rede de casas do Hip Hop e a implementação de políticas públicas para a área. O primeiro encontro da Rede acontece em setembro próximo.
No domingo (28/7), último dia do evento, aconteceram várias performances de MC’s, DJs, B.boys e Grafite, finalizando com as apresentações de Criolo e Dexter em palco montado na rua em frente ao Centro Cultural Canhema.
Nos três dias de comemorações a Casa de Diadema recebeu público formado por frequentadores habituais do espaço, da Capital, e Região Metropolitana de São Paulo. Também vieram representantes de cidades como São Carlos, Barretos, Piracicaba, Bauru e Rio Claro, que além de participarem dos festejos também estiveram presentes no 1º Encontro.
Segundo o cantor Dexter, o trabalho que a Casa de Hip Hop de Diadema desenvolve extrapola a cercania do Município e atinge outros locais do País. “O que acontece aqui é importantíssimo. Além de divulgar a Cultura Hip Hop, ainda considerada uma cultura marginal, a Casa por meio das linguagens artísticas promove educação, liberdade de expressão e cidadania. Este lugar transforma caráter”, afirma.
Quem também compartilha do mesmo pensamento de Dexter é educadora popular Eliane Macedo. Ela trabalha na Casa de Hip Hop de Piracicaba, criada há 11 anos, inspirada na casa de Diadema. Para ela o Hip Hop transforma porque possui elementos que modifica internamente as pessoas. “É a dança, a música que trazem o movimento. O Rap que provoca a poesia, o sentimento. O Grafite que possibilita a expressão de algo que precisa ser colocado para fora. Enfim, o Hip Hop por meio dessas linguagens mostra ao indivíduo suas possibilidades e isso muda a pessoa, diz.
Para Sidney de Souza Nascimento, o Cidão, o Hip Hop é fundamental na sua vida. Frequentador da Casa de Diadema há muitos anos ele conta que por algum tempo deixou de ir ao espaço e sentiu muita falta. “Passei por uns momentos difíceis e parei de vir aqui. Então percebi o quanto o Hip Hop me fazia bem. Aqui na Casa posso participar de oficinas, conhecer pessoas e me integrar”, afirma. Atualmente Cidão é voluntário na Casa e frequenta a oficina de MC’ e Poesia. “Assim que termina essa oficina, a quarta que faço, quero trabalhar profissionalmente com Grafite”, revela.
A Casa de Diadema oferece gratuitamente oito oficinas de Hip Hop nas linguagens Dança de Rua, DJ, MC’ e Poesia e Grafite. Por ano, cerca de 300 jovens frequentam as formações que têm duração média de quatro meses. Nesses 14 anos de existência mais de 4 mil pessoas passaram pelas oficinas.
Segundo o secretário de Cultura de Diadema, Gilberto de Souza Moura, no próximo ano as oficinas serão implantadas em outros centros culturais da cidade e vão se tornar mais profissionalizantes. “É fundamental o aprofundamento das linguagens para que aja mais conhecimentos e, cada vez mais, a Cultura do Hip Hop seja disseminada”, afirma.
HOMENAGEM – Durante as comemorações de 14 anos de funcionamento da Casa do Hip Hop foi prestada homenagem a José Nardo Zanengo, que faleceu recentemente. Uma sala do Centro Cultural ganhou seu nome. Ele trabalhou como vigia da Casa por mais de 20 anos e como voluntário ajudava a cuidar com muito carinho da manutenção do local.