Repensar a política e o PT
A partir das manifestações de rua recentes, fica clara a necessidade de renovar a linguagem e a prática política. É preciso dar razão aos jovens e às novas lideranças que, felizmente, vão surgindo. Eles denunciam as insuficiências do nosso modo de fazer política, questionam a burocratização dos partidos políticos, dos sindicatos e até mesmo dos […]
- Data: 31/07/2013 11:07
- Alterado: 31/07/2013 11:07
- Autor: Carlos Neder
- Fonte: Carlos Neder
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A partir das manifestações de rua recentes, fica clara a necessidade de renovar a linguagem e a prática política. É preciso dar razão aos jovens e às novas lideranças que, felizmente, vão surgindo.
Eles denunciam as insuficiências do nosso modo de fazer política, questionam a burocratização dos partidos políticos, dos sindicatos e até mesmo dos novos movimentos sociais. Colocam como possibilidades as redes sociais, a ampliação da oferta e a democratização dos meios de comunicação, quebrando monopólios e posições até então estabelecidas.
Essas iniciativas são francamente progressistas e apontam para a melhoria das políticas públicas. Elas avançam para outro tipo de relação entre as modalidades de democracia representativa, democracia participativa (conferências, conselhos de gestão compartilhada, orçamento participativo) e democracia direta, com a retomada de ações de ruas e de enfrentamento do poder constituído, com autonomia de organização e mobilização.
Novas propostas vão surgindo, o que desafia os programas partidários e eleitorais. Tais possibilidades abertas na conjuntura atual são animadoras, mesmo em um quadro em que os indicadores macroeconômicos, em escala mundial, geram fortes incertezas.
Precisamos avaliar qual é o sentido de filiar-se a um partido político, reconhecendo que por mais críticas que haja a essa modalidade de democracia (partidos políticos, eleições, votos e ocupação de espaços institucionais), é um equívoco abandoná-la, depois de tanta luta contra o autoritarismo.
Para um partido bastante heterogêneo como é hoje o PT, cuja orientação política e caráter socialista permanecem em disputa, torna-se obrigatório resgatar as características que nos diferenciava em relação aos partidos tradicionais e conservadores.
Essas ponderações nos obrigam a repensar a democracia representativa no país com base em profunda reforma política, do quadro partidário e do modo de funcionamento dos partidos, democratizando-os e submetendo-os a efetivo controle da sociedade.