Governo Lula quer centralizar em Brasília informações de inteligência das polícias estaduais
O ministro Ricardo Lewandowski argumenta que o objetivo é facilitar o compartilhamento de informações.
- Data: 24/07/2024 19:07
- Alterado: 24/07/2024 19:07
- Autor: Redação
- Fonte: FolhaPress/Raquel Lopes
Presidente Lula (PT)
Crédito:Ricardo Stuckert/PR
O Ministério da Justiça afirma querer reestruturar o sistema de inteligência de segurança pública para reunir em Brasília dados de todas as polícias estaduais e federais do país.
O argumento da pasta chefiada pelo ministro Ricardo Lewandowski é de que isso facilitará o compartilhamento de informações, em especial no combate ao crime organizado.
Integrantes da pasta afirmaram à reportagem que o Brasil produz dados de inteligência de alta qualidade, mas que atualmente essas informações estão fragmentadas.
O modelo de integração previsto será discutido e construído com todas as forças de segurança a partir do segundo semestre deste ano. A proposta de projeto foi apresentada nesta quarta-feira (24) aos secretários de segurança do Consórcio Nordeste.
O diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Rodney da Silva, disse que o sistema contará com uma estrutura de segurança e diferentes níveis de acesso, para garantir a compartimentação e o acesso restrito dos dados de cada corporação.
Ele afirmou que o uso dos sistemas de informação do ministério é opcional, mas que as forças de segurança já utilizam ferramentas tecnológicas do Ministério da Justiça.
“Nesse modelo proposto, a ideia é promover a integração das bases de dados. Com a integração, teremos a oportunidade de disponibilizar aos estados o máximo de acesso aos dados, tanto para fins de inteligência, que produz o conhecimento para a tomada de decisão, como para a investigação na produção de provas”, acrescentou.
Na abertura da reunião, o secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, destacou que os principais eixos de trabalho estão voltados para o combate ao crime organizado e à violência urbana e rural. Afirmou que isso demanda esforço integrado e aprimoramento de sistemas de inteligência.
“O crime não tem fronteira, avança cada vez mais, se aproveita e se adapta. Temos que romper essas barreiras entre os estados para que a gente possa dialogar e atuar de forma mais estratégica e resolutiva”, disse.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública, Sandro Avelar, falou que o compartilhamento de dados já vem ocorrendo entre os estados e que este é um processo irreversível que precisa ser aprimorado.
“É algo que a gente vem defendendo porque é a melhor maneira de combater o crime organizado. As organizações criminosas avançaram muito por diversas áreas do país”, destacou Avelar.
O secretário do Rio Grande do Norte, coronel Marcos de Araújo, também participou da reunião em Brasília. Para ele, a medida é uma importante ferramenta no combate ao crime.
“Além da integração institucional, passa a ter a integração informacional, que irá contribuir para o enfrentamento às organizações criminosas, consequentemente um maior controle da criminalidade e violência”, afirmou Araújo.