Detran-SP cede veículos para curso de Salvamento do Corpo de Bombeiros
Carros removidos aos pátios como “sucata” são fundamentais para formação e especialização dos profissionais
- Data: 11/07/2024 11:07
- Alterado: 11/07/2024 11:07
- Autor: Redação
- Fonte: Detran-SP
Crédito:Detran-SP
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), órgão vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital, passará a ceder periodicamente veículos removidos a pátios de custódia e classificados como “sucata” para o treinamento de bombeiros militares em cursos de formação e especialização. A primeira leva, de nove carros, já está em utilização nas aulas práticas de estabilização veicular, de atendimento a veículos capotados ou sinistrados, das turmas da Escola Superior de Bombeiros Coronel Paulo Marques Pereira, a única da corporação no Estado, localizada em Franco da Rocha.
Na aula realizada nesta quarta-feira (10), os alunos usaram um veículo cedido pelo Detran-SP para aprenderem como salvar uma vítima de um sinistro de trânsito. “Nossa premissa é sempre atuar com eficiência e agilidade, pois qualquer minuto pode ser precioso para salvar uma vida”, reforçou o cabo Gozzi, instrutor do curso. Durante a simulação, todas as técnicas de como liberar o acesso à parte interna do veículo são demonstradas com a utilização de ferramentas diferentes.
Ao todo, a disciplina de Salvamento Veicular é composta por 4 aulas, com mais de 16h de conteúdo. Na primeira, os alunos recebem instruções sobre a anatomia veicular. Já na sequência do curso também aprendem sobre as ferramentas e metodologia de corte que são utilizadas num salvamento veicular. Na última aula, o pelotão participante do curso passa por uma simulação tática de socorro de sinistro de trânsito com a utilização de um boneco. Tanto na aula prática quanto na simulação de socorro, os alunos manuseiam as ferramentas para permitir o acesso à vítima com segurança independentemente da posição do veículo. Na aula desta quarta-feira, o veículo utilizado já era um dos cedidos pelo Detran-SP.
A cessão periódica de veículos deve ter continuidade por meio de um acordo de cooperação técnica entre o Detran-SP e o Corpo de Bombeiros, que está em formatação. A Escola Superior já solicitou veículos, necessários para os cursos de formação e especialização até o final de 2024. A estimativa é que requisitem de 12 a 15 veículos mensalmente para os treinamentos. A Escola recebe anualmente cerca de 900 alunos, entre eles, bombeiros militares de outros estados que vêm para complementar a formação.
“Até aqui, enfrentávamos uma verdadeira luta para conseguirmos os veículos para as aulas práticas de Salvamento Veicular, dependendo da cessão por concessionárias ou pela Polícia Civil”, conta a capitã Maria de Fátima Rosa Franco, chefe do Laboratório de Salvamento Terrestre da Escola Superior de Bombeiros, comemorando as novas perspectivas da parceria com o Detran-SP. “Mas não há como efetivamente aprender essas técnicas sem vivenciá-las na prática, fundamental e tão importante; seria como promover a formação de médicos sem a a residência ou o atendimento direto à população”, complementa a capitã.
Os veículos cedidos ao Corpo de Bombeiros são utilizados também por outros laboratórios como o aquático, que faz uma simulação de resgate de pessoas numa situação em que um veículo está em uma enchente, e também pelo laboratório de resgate, cujo objetivo principal é o manuseio e cuidados com a vítima. O laboratório de incêndio também pode treinar suas práticas de socorro numa simulação de incêndio de um veículo.
O diretor de Educação para o Trânsito e Fiscalização do Detran-SP, Ícaro Eustacchio, destaca o apoio às atividades do Corpo de Bombeiros. “Estamos muito satisfeitos e empenhados em contribuir para a formação de profissionais que atuarão diretamente com a mesma finalidade principal que motiva o trabalho do Detran-SP: o salvamento de vidas no trânsito”, afirma. Os carros cedidos aos bombeiros estão armazenados há vários meses em pátio de custódia sem reclamação da respectiva propriedade pelos antigos donos, já foram classificados como “sucata” – ou seja, sem condições de rodar – e habilitados para serem comercializados nesta categoria em leilões.