Exposição “Centenário de Carolina Maria de Jesus”
Centro Cultural Promissão, em Diadema, receberá a partir do dia 12 de abril uma exposição sobre sua obra. A visitação vai até o dia 10 de maio e ocorrerá de terça a sábado, das 9h às 18h.
- Data: 10/04/2014 15:04
- Alterado: 10/04/2014 15:04
- Autor: Julia Piraíno
- Fonte: PMD
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Fotografias de Carolina, pequenos fragmentos de sua biografia e de textos autorais poderão ser apreciados em painéis disponíveis na exposição. O principal objetivo é aguçar a curiosidade por essa importante mulher e também por sua obra, que o grande público ainda desconhece.
CAROLINA MARIA DE JESUS – Nascida numa comunidade rural de Minas Gerais, era filha de agricultores. Foi forçada pela mãe, aos sete anos a frequentar a escola depois que um rico fazendeiro resolveu pagar os estudos. Após a morte de sua mãe, se muda para São Paulo e constrói sua própria casa, usando materiais recicláveis.
Sua principal obra é um diário que escreveu sobre sua vida. Ela conta desde a partida de Sacramento (MG), quando tinha 17 anos para morar em São Paulo até o momento em que Audálio Dantas a encontrou, catando papel, em 1958 na favela do Canindé. O jornalista estava fazendo uma reportagem sobre um parque infantil para o extinto jornal Folha da Noite, quando conheceu uma mulher negra de 43 anos que gritava com homens que queriam tirar brinquedo de uma criança.
Como todo bom repórter, foi atrás daquela mulher, e descobriu que era uma escritora. Carolina Maria de Jesus ficou conhecida mundialmente por “Quarto de Despejo”, que já foi traduzido para 13 idiomas. O livro foi lançado em 1960 e vendeu mais de 80 mil exemplares no Brasil. O título foi baseado na frase de Carolina “A favela é o quarto de despejo da cidade”.
A escritora foi redescoberta na década de 1990, devido ao empenho do pesquisador brasileiro José Carlos Sebe Bom Meihy e do norte-americano Robert Levine, que, juntos, publicariam o livro Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus e editariam duas coletâneas de inéditos da escritora. Porém, no exterior, ela nunca foi esquecida, sobretudo nos EUA, onde Quarto de Despejo, traduzido como Child of the Dark, é utilizado nas escolas.
Escreveu também Casa de Alvenaria (1961), Provérbios (1963) e Diário de Bitita (1982 – póstumo). Depois do sucesso, Carolina morreu pobre e esquecida, isolada num sítio, em fevereiro de 1977. Julia Piraíno
SERVIÇO
Exposição Centenário de Carolina Maria de Jesus
Visitação: de 12 de abril a 10 de maio
Horário para visitação: 3ª a sábado, das 9h às 18h
Local: Centro Cultural Promissão
Endereço: Rua Pau do Café, 1500 – Jd. Promissão
Telefone: 4066-5454