Conheça melhor seu gato
Machos ganham mais peso do que fêmeas após a castração. Diferenças ficam mais evidentes após a esterilização e pedem cuidados com a alimentação
- Data: 02/07/2013 17:07
- Alterado: 02/07/2013 17:07
- Autor: Redação
- Fonte: LVBA
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Com o aumento da população de gatos nas grandes cidades brasileiras, a castração tornou-se um procedimento praticamente obrigatório. Além de evitar ninhadas indesejadas e o abandono de animais, a esterilização, ou castração, como é popularmente conhecida, ajuda a evitar doenças do sistema reprodutivo e tem efeito sobre o comportamento do gato, tornando-o menos propenso a passeios externos. No Brasil, os gatos machos são esterilizados com maior frequência do que as fêmeas porque o procedimento é mais simples e tem menor custo. No entanto, os machos são também o grupo no qual as mudanças são mais evidentes.
“Conhecer melhor o seu gato é uma forma de garantir a ele melhor qualidade de vida, saúde e bem-estar”, afirma a Dra. Sandra Nogueira, Médica-Veterinária da Royal Canin do Brasil. “Os gatos têm necessidades muito específicas, e estudos indicam até mesmo que machos e fêmeas têm necessidades nutricionais diferentes. O Médico-Veterinário é a melhor pessoa para orientar o proprietário a respeito das especificidades de cada gato”. Conheça a seguir como os machos e as fêmeas mudam após a castração.
CAPACIDADE DE REGULAR O APETITE
Alguns estudos demonstram que gatos machos castrados sofrem de modo mais notório a perda da capacidade de regular o apetite do que as fêmeas. “Isto quer dizer que eles acabam comendo mais do que o necessário, o que pode causar acúmulo de gorduras e ganho de peso mais pronunciado do que nas fêmeas”, explica a Dra. Sandra. Os gatos machos aumentam o consumo de alimento em 26% após a esterilização, enquanto as fêmeas comem 18% a mais do que antes do procedimento. Esta alteração pode estar relacionada à interrupção da circulação de hormônios sexuais.
NECESSIDADE ENERGÉTICA
Após a esterilização, os gatos diminuem a intensidade da atividade física. “Alguns proprietários percebem que o gato fica mais ‘preguiçoso’ quando é castrado, e isto também pode estar relacionado à interrupção dos hormônios sexuais”, explica a Dra. Sandra. Esta mudança de comportamento faz com que a necessidade energética do gato seja diferente. “As fêmeas castradas necessitam reduzir 33% o consumo de energia em comparação às fêmeas não castradas, já os machos castrados necessitam de uma redução de 28%. Se não houver uma alimentação regulada e adequada, o resultado será o sobrepeso”, alerta a Médica-Veterinária. Em um estudo com mais de 8 mil gatos castrados e não castrados, de ambos os sexos, os machos castrados apresentaram maior prevalência de sobrepeso (33%) e de obesidade (7%).
DIABETES
Pesquisas apontam também que gatos esterilizados têm maiores chances de desenvolverem diabetes mellitus. “Este risco é maior entre os machos, pois o ganho de peso e de tecido adiposo, isto é, gordura, é mais acentuado neles do que nas fêmeas. Por isso, é muito importante o controle e qualidade do alimento a ser oferecido para que o gato não venha a desenvolver um quadro de sobrepeso”, esclarece a Dra. Sandra.
CÁLCULOS URINÁRIOS
A anatomia dos gatos machos favorece a obstrução das vias urinárias, em comparação à das fêmeas. “A uretra dos machos é mais longa e estreita, por isso o risco de obstrução é maior”, explica a Dra. Sandra. Além disso, gatos machos são mais propensos à formação de cálculos urinários (urólitos) do que as fêmeas. “É importante ficar atento aos sinais dos gatos, como dor, dificuldade para urinar e sangue na urina. Em alguns casos é preciso realizar uma cirurgia para remover estes cálculos, que parecem pequenas pedras”, alerta a Médica-Veterinária. Uma alimentação adequada, que favoreça a diluição da urina, também pode ajudar na prevenção.
Fontes: Kanuck et al, 2003; Fettman et al, 1997; Belsito et al, 2009; Feldhahn et al, 1999; Palm & Westropp, 2011; Lund et al, 2005.