PF faz operação contra desembargador por suspeita de venda de decisões judiciais em SP
Mais de 80 policiais cumprem mandados de busca e apreensão na capital e interior
- Data: 20/06/2024 10:06
- Alterado: 20/06/2024 10:06
- Autor: Redação
- Fonte: Francisco Lima Neto e Fabio Serapião/Folhapress
Crédito:Polícia Federal/ Divulgação
A Polícia Federal faz operação na manhã desta quinta-feira (20) em São Paulo contra desembargador da área criminal do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em investigação que apura indícios de corrupção, por meio de suposta venda de decisões judiciais.
Mais de 80 policiais federais cumprem 17 mandados de busca e apreensão na casa do desembargador e em endereços ligados a ele, na capital e no interior paulista, por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A Folha apurou que dinheiro foi apreendido em um dos locais.
O nome do magistrado não foi divulgado e a investigação segue em segredo de Justiça, de acordo com a PF.
A operação, batizada de Churrascada, remete ao termo “churrasco” utilizado pelos investigados para indicar o dia do plantão judiciário do magistrado, segundo a PF.
A Operação Churrascada é uma investigação em trâmite no STJ e decorre da Operação Contágio, deflagrada em 2021 pela PF em São Paulo, que desarticulou uma organização criminosa responsável pelo desvio de verba pública da área de saúde.
Documentos da Controladoria-Geral da União utilizados pela Polícia Federal na operação Contágio, deflagrada em 20 de abril de 2021, mostram que a organização social AMG, que recebeu cerca de R$ 100 milhões de três cidades paulistas para prestar serviços de saúde, tinha entre seus membros um agricultor, estudantes, comerciantes e até um apicultor, nome dado aos criadores de abelhas.
A AMG foi contratada em Hortolândia, Embu das Artes e Itapecerica da Serra. Segundo a PF, a ausência de profissionais de saúde indica que ela era de fachada e servia apenas para escoar o dinheiro público desviado para um grupo criminoso.