Dirigentes da União Brasil rechaçam vice de Nunes e negociam apoio a Marçal em SP
Integrantes do partido reclamam de não terem chancelado apoio a ex-coronel da Rota e veem potencial de crescimento de coach
- Data: 19/06/2024 18:06
- Alterado: 19/06/2024 18:06
- Autor: Redação
- Fonte: Julia Chaib/Folhapress
Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)
Crédito:Wilson Dias/Agência Brasil
O coach Pablo Marçal (PRTB) ampliou as conversas com dirigentes da União Brasil em busca de apoio na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Integrantes do partido estão descontentes com o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) por rechaçarem a escolha do ex-coronel da Rota Ricardo Mello Araújo (PL) como vice na chapa do emedebista. A reclamação é que a União não teria sido consultada para chancelar o nome do militar e que ele agregaria pouco na eleição.
Além disso, um dirigente da União Brasil diz ver potencial de crescimento de Marçal na capital paulista e que por isso o partido estuda a aliança.
À Folha de S.Paulo o coach disse ter tido conversas com três cardeais da União Brasil nas últimas semanas: o governador Ronaldo Caiado (GO), o vice-presidente da legenda, ACM Neto, e o presidente do partido, Antonio de Rueda.
Marçal afirmou manter contato com Rueda e que teve nova conversa com ele nesta quarta (19), mesmo dia em que Nunes fará um jantar para sacramentar o nome de Mello Araújo como candidato a vice na eleição.
“Provavelmente o meu vice vai ser da União. Há outros convites, mas o que eu tenho mais acertado é andar com a União”, afirmou Marçal. “Todo mundo que gosta de mim está apalavrado com o Nunes, mas só esperando o Nunes afundar”, disse.
Um dirigente da União Brasil diz que não há nenhuma definição – até porque o partido tem o deputado Kim Kataguiri (SP) como pré-candidato à prefeitura -, mas não descarta o apoio ao coach.
Nunes convidou presidentes de partidos que o apoiam para o jantar desta quarta, inclusive representantes da União Brasil, mas, segundo a reportagem apurou, eles cogitavam não comparecer.
Os cenários considerados por integrantes do partido para a eleição na capital paulista levam em conta pesquisas internas e externas.
Em levantamento do Datafolha divulgado no final de maio, Marçal aparecia entre 7% e 9% das intenções de voto, dependendo do cenário pesquisado. Kim Kataguiri aparecia com 4%.
Na semana passada, Marçal esteve na posse de Rueda como presidente do partido e foi bastante tietado no evento.
À coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo e principal liderança do partido no estado, Milton Leite, expressou ressalvas com a escolha de Mello Araújo.
“O União Brasil tem dificuldade em fechar uma definição [sobre Mello Araújo]. Respeito o Bolsonaro, mas o União vê outros nomes dentro do próprio PL que seriam bem-vindos, como [os vereadores] Rute Costa e Gilberto Nascimento Junior”, disse Leite.
O nome do ex-coronel da Rota foi uma indicação de Jair Bolsonaro para apoiar Nunes. O ex-presidente também foi procurado por Marçal, mas negou apoiá-lo.
Na sexta-feira (14), Bolsonaro reforçou apoio a Nunes e desautorizou alianças do PL com Marçal. “Eu não vou impedir de conversar com ele, [Marçal] agora, apoio em si vamos estar alinhados”, disse, sugerindo o alinhamento a Nunes.
Naquele dia, Bolsonaro teve um almoço com o prefeito, com Mello Araújo e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).