OAB-SP emite comunicado sobre o Projeto de Lei que equipara ao homicídio o aborto
o projeto estabelece limites mais rigorosos para a interrupção da gravidez decorrente de estupro, restringindo-a até a 21ª semana
- Data: 16/06/2024 09:06
- Alterado: 16/06/2024 09:06
- Autor: Redação
- Fonte: OAB-SP
Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo
Crédito:Divulgação
A Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB-SP) manifesta profunda preocupação com a aprovação do caráter de urgência, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei 1904/2024, que equipara ao homicídio o aborto de gestação acima de 22 semanas.
Esta mudança impõe uma barreira significativa para as meninas e mulheres que foram estupradas, muitas vezes obrigando-as a levar a gravidez a termo, o que pode ser considerado tratamento cruel e degradante.
Além disso, essa previsão ignora a realidade de muitas mulheres brasileiras que sofrem estupro e enfrentam um longo caminho até conseguirem um aborto legal, frequentemente ultrapassando as 22 semanas.
Em segundo lugar o projeto equipara a interrupção da gravidez a partir da 22ª semana ao crime de homicídio, aumentando consideravelmente as penas, algo sem precedentes na legislação brasileira desde 1830.
É comprovado que a criminalização severa do aborto não reduz a sua ocorrência, mas empurra as meninas e mulheres, principalmente as mais pobres para procedimentos clandestinos inseguros e com alto risco de vida, aprofundando a discriminação social.