Pesquisa avalia fatores que contribuíram para que as IES privadas brasileiras se distanciassem de seu ponto de equilíbrio financeiro
Estudo foi baseado em dados do Censo da Educação Superior de 2018 a 2020
- Data: 28/05/2024 11:05
- Alterado: 28/05/2024 11:05
- Autor: Redação
- Fonte: USCS
Campus Conceição
Crédito:Divulgação
O trabalho de Marcio registra que um dos efeitos que se observa no mercado educacional é a percepção de perda de receita pela redução de alunos no ensino presencial com a migração gradativa para o ensino a distância, redução do lucro pela evasão e mensalidades mais baixas além da queda no número de novos ingressantes nas instituições denominadas de pequeno porte. “No cenário do período abarcado por este trabalho, em parte, temos as recomendações de isolamento social devido a declaração de situação pandêmica, que significaram o fechamento de escolas e faculdades em suas atividades presenciais e a recomendação de transformação das atividades presenciais em atividades remotas, conforme as portarias 343 e 345, publicadas em março de 2020”, explica o pesquisador.
Marcio conta que a Sinopse Estatística do Ensino Superior, publicada em fevereiro de 2022 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, destaca pela primeira vez, tanto nas instituições públicas quanto no mercado privado e desde o início do acompanhamento dos indicadores de fluxo do Censo da Educação Superior, que o número de ingressantes em modalidade a distância superou o número de ingressos na modalidade presencial. “Esse resultado é complementado pelas informações de que mais de 87% das IES são pertencentes à rede privada, sendo boa parte delas lucrativas”, ressalta o ex-aluno do PPGA-USCS. E complementa: “Um dos efeitos que se observa no mercado educacional é a percepção de perda de receita pela redução de alunos no ensino presencial com a migração gradativa para o ensino a distância, redução do lucro pela evasão e mensalidades mais baixas além da queda no número de novos ingressantes nas instituições denominadas de pequeno porte”.
O pesquisador da USCS explica que, para responder à pergunta-problema e atingir objetivo específico de seu trabalho, foram utilizados os valores financeiros de receitas e despesas, calculando assim o ponto de equilíbrio. “Quanto às matrículas, foram usados totalizadores de matrículas ativas, nas modalidades tanto curso a distância quanto presencial, pelos recortes de porte institucional. Também foi apresentada a avaliação da transferência de matrículas entre as IES privadas, proporcionalizando os portes das instituições – estudo da consolidação – e a migração entre as modalidades de ensino, presencial e a distância”, conta Marcio. “A partir de dados secundários e arquivos oficiais, obtidos nos sítios oficiais do Inep/MEC, nesta pesquisa foram analisados dados e indicadores, utilizando ferramentas de análise estatística descritiva e regressão, principalmente análises de variação dos indicadores referenciados. A análise seguiu com dados de um total de 1.450 mantenedoras em 2018, 1.482 em 2019 e 1.376 em 2020, apresentando, assim, uma média de representatividade de 93,9% do total importado e disponibilizado pelo Inep para análises dos microdados”, ressalta.
Entre os resultados apontados pela pesquisa de Marcio, foram identificados como fatores importantes para o distanciamento do ponto de equilíbrio o valor médio da mensalidade, o custo de folha docente e os custos de operação e, em menor grau, as razões entre alunos e docentes ou funcionários. Adicionalmente, foi verificada a relação em que o porte das instituições ou o pertencimento aos grandes grupos consolidadores contribuiu como fator no distanciamento do ponto de equilíbrio financeiro. “Com o aumento da competição no mercado educacional, na educação básica e superior e principalmente nas instituições privadas brasileiras, manter o equilíbrio entre a receita adquirida – que depende fundamentalmente das matrículas ativas e mensalidades recebidas – e o custo de prestação do serviço educacional é regra de sustentabilidade financeira. Ademais, cada vez mais relevante é o esforço de digitalização das metodologias educacionais e sua gestão, para medir resultados e adaptar-se ao ensino remoto (síncrono e assíncrono) e híbrido (parte presencial, parte remoto) na busca dessa sustentabilidade”, sugere o pesquisador.
De acordo com o Prof. Dr. Marco Antonio Pinheiro da Silveira, orientador do trabalho de Marcio, a importância de sua dissertação reside na apresentação de uma análise quantitativa particular, utilizando dados de base oficial, que pode ser replicada, adaptada e ampliada.
O acesso à íntegra da dissertação de mestrado de Marcio Alexandre Freire pode ser feito no link: https://www.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/873.
O Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA da USCS é composto por: Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Administração. Contempla três linhas de pesquisa: Gestão para o Desenvolvimento e Regionalidade; Gestão Organizacional e Redes Organizacionais e Inovação.