Hospital Municipal de Diadema faz formação sobre racismo e diversidades
Atividade é parte do programa de Liderança, Relações de Trabalho e Assédio Moral, conduzido pela Prefeitura
- Data: 27/05/2024 17:05
- Alterado: 27/05/2024 17:05
- Autor: Redação
- Fonte: PMD
Hospital Municipal de Diadema (HMD)
Crédito:Mauro Pedroso
Nesta quinta-feira (23), cerca de 30 coordenadores e diretores de diversas áreas do Hospital Municipal de Diadema receberam uma formação especial sobre Igualdade Racial e Diversidades, oferecida como parte do programa de Liderança, Relações de Trabalho e Assédio Moral, conduzido pela Secretaria de Administração e Gestão de Pessoas.
Os coordenadores Robson de Carvalho (Cidadania e Diversidades) e Márcia Damaceno (Promoção da Igualdade Racial) foram os mediadores da atividade, que aconteceu no próprio HM.
“Esses curso normalmente acontece na sede da Escola Diadema de Administração Pública (EDAP), mas pedimos que fosse aqui para que mais gestores pudessem participar, uma vez que não podemos deixar as equipes sozinhas por um longo espaço de tempo,” explicou Geny da Silva Nascimento, enfermeira do serviço de Educação Continuada do Hospital. Segundo Geny, o HM tem cerca de 50 gestores e todos precisariam desta formação. “Esse tema é importante para que as equipes sejam orientadas a lidar melhor tanto com o público interno, seus colegas, como com o externo, os pacientes e familiares que passam por aqui todos os dias.”
Márcia Damaceno abriu os trabalhos fazendo um resgate histórico do período da escravatura e de como uma “falsa” abolição, que só atendeu os interesses das elites e a um projeto de branqueamento do povo brasileiro, contribuiu e contribui até hoje para a perpetuação do racismo em nossa sociedade, que já é algo estrutural. “Mais do que reconhecer o racismo, é preciso fazer esse enfrentamento,” afirmou Márcia. “Ainda mais na área da Saúde, onde os negros têm mais riscos de contrair doenças, de desnutrição, de serem mal atendidos, gerando altas taxas de mortalidade infantil, de mortes violentas e mortes no parto.”
Já Robson de Carvalho foi mais provocador ao abordar temas como o uso do nome social por pessoas trans e toda a dificuldade que a população LGBT enfrenta ao buscar atendimento médico, coisa que faz com que muitos menosprezem seus problemas de saúde. “Isso sem falar nas questões de saúde mental geradas pela LGBTfobia, que acarreta em altas taxas de suicídio entre a população LGBT, principalmente entre os jovens,” afirmou o coordenador.
Fazer esse tipo de orientação aos servidores não é nada mais do que a Prefeitura cumprindo a lei, uma vez que temos legislações municipais que preveem esse tipo de atividade, parte de uma proposta de atendimento integral à municipalidade.
“Temos uma ouvidoria interna aqui no HM que acolhe e orienta qualquer tipo de problema nesse sentido, de discriminação, mas saber que existem ouvidorias específicas contra o racismo, a homofobia e a transfobia é bom porque podemos ampliar essa discussão e buscar nós mesmos como melhor lidar com cada caso,” acrescentou a enfermeira Geny.
O Hospital Municipal conta com cerca de 1.000 funcionários, que realizam por volta de 700 atendimentos diários, 24 horas por dia. “É um trabalho enriquecedor, e agradeço aos coordenadores por terem nos oferecido um pouco de seu tempo,” agradeceu ela.
Tanto a Ouvidoria de Crimes de Racismo quanto a Ouvidoria de Enfrentamento à LGBTfobia podem ser acessadas pelo telefone 11 4051-1210 ou o e-mail [email protected]