Cigarro: eletrônico ou “analógico”, é preciso se livrar dele!
Médicos do Hospital Paulista alertam para as diferentes formas de consumo da nicotina, todas prejudiciais à saúde
- Data: 27/05/2024 09:05
- Alterado: 27/05/2024 09:05
- Autor: Redação
- Fonte: Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Crédito:Divulgação/Ministério da Saúde
Que cigarro faz mal, isso todo mundo sabe. Só que, parar de fumar, também é uma missão difícil a quem tem essa dependência. É por isso que tanta gente, em vez de buscar logo o tratamento adequado, prefere antes recorrer a “estratégias paralelas”, digamos assim, na tentativa de minimizar gradativamente a compulsão causada pela nicotina, ou mesmo de promover uma redução dos danos ocasionada por esse mau hábito.
Cigarro de palha, cachimbo, fumo de mascar, cigarro eletrônico… Essas costumam ser as “opções” que os fumantes inicialmente procuram na ilusão de driblar o vício, sem ter que, de fato, abandoná-lo. Como se um alcoólatra, por exemplo, trocasse a cachaça pelo vinho. Ou seja, uma forma de encontrar uma solução que não seja propriamente a de parar com tudo. Mas que, infelizmente, não existe.
De certo, é que o consumo de tabaco, seja por qual meio for, é sempre prejudicial e deve ser evitado – conforme explicam os otorrinolaringologistas Dr. Rui Imamura e Dra. Cristiane Adami, ambos do Hospital Paulista – referência nacional em saúde de ouvido, nariz e garganta.
Fumo de mascar
No caso do fumo de mascar (ou chewing tobacco, como também é chamado), o Dr. Rui explica que, embora ele não seja inalável, esse tipo de produto em nada ajuda a quem deseja superar o vício da nicotina, além de também oferecer riscos à saúde.
“Mascar tabaco também expõe as mucosas da boca e da garganta a mais de 20 tipos de substâncias tóxicas que, da mesma forma que o cigarro comum, podem levar a doenças gengivais, problemas dentários e mesmo a tumores da boca e da garganta”, enfatiza o médico.
Cigarro eletrônico
Já no caso do cigarro eletrônico (também conhecido como Vape ou e-líquido), a Dra. Cristiane destaca que, além dos riscos já sabidos, existe um agravante, que é a falta de informações acerca da composição dos líquidos utilizados.
“O grande problema, a meu ver, está nos componentes que não são verdadeiramente informados nos rótulos e possuem alta capacidade cancerígena. Dentre os mais frequentemente encontrados, estão a nicotina, o propilenoglicol, a glicerina, o 2-clorofenol, o polônio-210 e inúmeros metais pesados”, elenca a médica.
Os problemas, segundo a especialista, não param por aí: “Além desses elementos citados, ainda há os produtos de degradação no processo de aquecimento do líquido para criar um aerossol inalável, que são o formaldeído, o acetaldeído e acroleína. Todos esses representam grande risco à nossa saúde e denotam o quanto o cigarro eletrônico é extremamente prejudicial, pois afetam vários órgãos do nosso corpo, como via aérea, cérebro e coração”.
No caso das vias aéreas, em especial, a Dra. Cristiane acrescenta que tais substâncias causam inflamação nas gengivas, nos seios paranasais, na garganta, na laringe e nos pulmões, que podem, inclusive, ensejar quadros de câncer, além de induzir lesões nas pregas vocais que causam rouquidão persistente e alteração na qualidade vocal. “É uma modinha que definitivamente não podemos entrar”, opina a especialista.
Cuidados
Seja de qual forma for o consumo da nicotina, os médicos do Hospital Paulista recomendam atenção a certos sintomas que servem de sinal de alerta a possíveis doenças relacionadas.
Pacientes que tenham rouquidão em período maior que suas semanas, principalmente quando associada à dor de garganta, dor para engolir, dor irradiada para o ouvido, pigarro constante, ou com sangue, dificuldade ou barulho ao respirar devem procurar o médico.
Por fim, quanto a melhor forma de prevenção a essas doenças, a número 1 é: parar de fumar – como todos já sabem. A propósito, nesta semana celebramos o Dia Mundial Sem Tabaco. Um momento, portanto, oportuno a quem deseja finalmente superar esse vício em definitivo.